quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A LOUCURA



A Loucura resolveu convidar os amigos para tomarem um café em sua casa.
Todos os convidados foram.
Após tomarem o café, a Loucura propôs: - Vamos brincar de esconde-esconde?
- O que é isso? perguntou a Curiosidade.
- Esconde-esconde é uma brincadeira em que eu conto até cem e vou procurar. O primeiro a ser encontrado será o próximo a contar.
Todos aceitaram, menos o Medo e a Preguiça.
1,2,3..., a Loucura começou a contar. A Pressa se escondeu primeiro, em qualquer lugar. A Timidez, tímida como sempre, escondeu-se na copa da árvore.
A Alegria correu para o meio do jardim; já a Tristeza começou a chorar, pois não achava um local apropriado para se esconder. A Inveja acompanhou o Triunfo e se escondeu perto dele, debaixo de uma pedra. A Loucura continuava a contar e os seus amigos iam se escondendo.
O Desespero ficou desesperado ao ver a Loucura que já estava no noventa e nove, cem... Gritou a Loucura: - Vou começar a procurar.
A primeira a aparecer foi a Curiosidade já que não agüentava mais, querendo saber quem seria o próximo a contar.
Ao olhar para o lado, a Loucura viu a Dúvida em cima do muro, sem saber em qual dos lados se esconderia melhor. E assim foram aparecendo, a Alegria, a Tristeza, a Timidez ...
Quando estavam todos reunidos, a Curiosidade perguntou:
-Onde está o Amor?
Ninguém o tinha visto. A Loucura começou a procurar. Procurou em cima da montanha, nos rios, debaixo das pedras e nada do Amor aparecer. Procurando por todos os lados, a Loucura viu uma roseira, pegou um pauzinho, começou a procurar entre os galhos, e de repente ouviu um grito. Era o Amor, gritando por ter furado o olho com o espinho.
A Loucura não sabia o que fazer. Pediu desculpas, implorou pelo perdão do Amor e até prometeu servi-lo para sempre.
O Amor aceitou as desculpas. Desde então e até hoje.....
O amor é cego e a loucura sempre o acompanha.

TU E ALGUÉM...




- Alguém falou mal de ti?
Perdoa.
E além de perdoar, aproveita a lição:
quem sabe foi dito algo de verdadeiro que
merece ser analisado para ser corrigido?

- Alguém te feriu?
Abençoa esse alguém.
Se agiu assim não sabe o que fez:
quem pode atirar a primeira pedra?

- Propagas o mal que alguém te fez?
Disciplina-te.
Nunca mais faças isso:
olvidar o mal é o princípio do bem de que todos necessitamos.

- Demonstras mágoa reprovativa para com alguém?
Domina-te.
Não lhe dês satisfações prejudiciais.
Ajuda a esse alguém e passa adiante exemplificando o amor fraternal.

- Tens insônia ruminando mentalmente o caso que te aborrece?
Vigia.
Pensa o menos possível no mal que outrem te fez:
quem estende o sofrimento alheio recebe sempre sofrimento maior.

- Não cogitas de reconciliação?
Pondera.
Concilia-te na primeira oportunidade, com todos
aqueles que te ofenderam, mostrando a iniciativa da
boa vontade sem orgulho que te ensombre e sem bajulação que te avilte.

- Dizes perdoar e não queres mais ver os que te feririam?
Reconsidera.
Perdoemos não só com os sentimentos mas também com as ações
transformando-nos em colaboradores, ainda que ocultos e indiretos,
da felicidade e da paz de quantos se levantam por nossos adversários.

- Queres esquecer sem perdoar?
Reflete.
Perdoa incondicionalmente aqui e agora: uma restrição que imponhas
é nuvem para o futuro cujos pormenores desconhecemos.

- Afirmas que perdoarás amanhã?
Medita.
Perdoa tão depressa quanto possível, aproveitando o dia que
passa e ainda esta noite o teu sono será mais tranqüilo.

- Não te sentes com força de perdoar?
Ora.
A Providência Divina dar-te-á energias novas com que
possas plantar humildade no coração e maturidade no espírito.

- Mentalizas a vingança?
Repara. O ódio é suplício que impomos a nós próprios;
perdão é alegria e amizade que partem de nós para fortalecimento da alegria e da amizade no mundo inteiro.

- Alguém não te entende a mensagem de reaproximação e bondade?
Acalma-te.
Se esse alguém permanece inabordável e irredutível, asserena a
consciência e aguarda confiante, servindo quanto puderes, na
certeza de que estarás junto desse alguém ao lado do amor
infinito de Deus, que auxilia e espera sempre.


pelo Espírito André Luiz - Do livro: Sol nas Almas, Médium: Waldo Vieira.

O QUE FAZER QUANDO A RESPOSTA É NÃO?


Um NÃO redondo e sonoro, bem grande e cheio, daqueles que espantam os sonhos e nos enchem de medos e de tristeza, que explode na cara, bate na cabeça, quebra as pernas, atordoa, dá vertigem, dor de cabeça. Um NÃO maior que a capacidade de sorrir de tudo, maior que a determinação de levar a vida na boa. Um NÃO daqueles que dói no osso, dói na alma, abre feridas, queima, arde, faz sangrar. Quem já recebeu um NÃO desses na vida?
É possível que alguém, pela pouca idade, não tenha vivenciado uma situação dessas. Isso faz com que até duvide que algo assim possa acontecer. Entretanto, aqueles que, de alguma forma, já passaram por essa situação, sabem que é preciso fazer um grande esforço para se tirar algum aprendizado sempre que um cenário pouco favorável como esse se descortina a nossa frente. Mas como é difícil!
A vida é generosa e quase sempre diz “sim” a todos nós. Daí surge um desacostumar com os limites, com as barreiras, com as oposições, as objeções, os “nãos”. E quando eles teimam em surgir, causam estragos na autoconfiança, na autoestima.
Por vezes até podemos ter consciência da possibilidade de nossos planos, sonhos e desejos não virem a se concretizar. Mas somos movidos pela esperança e, apesar de considerarmos a possibilidade do não, tudo o que mais desejamos é receber uma resposta positiva para nossos investimentos - sejam eles de energia, afetos, finanças.
Mas nem sempre as coisas saem como imaginamos e daí acontece... A resposta chega e é um não.
Então, como reagir diante de um não? Será que existe uma receita boa, daquelas infalíveis? Pode até ser que exista, mas creio que ela ainda é desconhecida da maioria dos mortais. Entretanto, é possível compartilhar algumas pequenas artimanhas que são utilizadas quando se está diante de uma resposta negativa às nossas expectativas.
O não pode ser para uma oportunidade de trabalho, para um projeto profissional, para um aumento de salário, para uma promoção, para a aquisição de um bem, para mais autonomia ou liberdade de ação, pode ser inclusive para um relacionamento afetivo. Qualquer que seja a situação, será sempre uma barreira a ser transposta.
Uma negativa gera muitas vezes um sentimento de frustração, que pode vir seguido de uma vontade de destruir o objeto ou a pessoa responsável pelo impedimento às nossas ações. Contudo, dar asas a essa agressividade não é uma boa estratégia. Nessas horas, vale o velho conselho que nos convida a respirar fundo e contar até dez. A raiva não é uma boa companheira, nem boa conselheira. É preciso pensar em outras alternativas de ação.
Há vezes em que a saída é simplesmente sentar e chorar diante de um não. Chorar muito. Vem-nos um sentimento de pequenez, como se fôssemos a menor de todas as pessoas. Acha-se que o mundo está contra nós, um pequeno complô para provocar nossa desestruturação. Ninguém nos ama e ninguém pode nos ajudar. Resta-nos chorar e deixar que as lágrimas lavem nossa alma e nos acalmem, trazendo a paz ao nosso coração, para que, depois, apaziguados e com o olhar mais límpido, seja possível enxergar a situação de outra forma e encontrar uma nova oportunidade para prosseguir em nosso projeto de vida.
Outras vezes podemos simplesmente desistir, exercitar o desapego. Ir procurar outros interesses. Abrir mão para não sofrer. Nem sempre é fácil, mas é uma saída que pode funcionar.
Há, porém, momentos em que vale a pena lutar, procurar desesperadamente reverter o não e obter um sim precioso. São momentos intensos, de estratégia, de pausas e silêncios cheios de significados, momentos de ansiedade, angústia e incerteza. Momentos densos, de uma força imensa, de um desejo enorme de ver os caminhos travados se descortinarem em uma linda estrada florida e cheia de bem-aventurança. Quando conseguimos nos manter firmes na busca por nossos sonhos, ao conquistá-los, uma sensação de força nos invade. Nem sempre perseverar é sinônimo de conquista. Mas é uma ação que na maioria das vezes pode ser coroada com êxito.

TAL E QUAL...MORRE...



Morre lentamente quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem destrói o seu amor-próprio,
Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito,
Repetindo todos os dias o mesmo trajecto,
Quem não muda as marcas no supermercado,
não arrisca vestir uma cor nova,
não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
Quem prefere O "preto no branco"
E os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis,
Justamente as que resgatam brilho nos olhos,
Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
Quem não se permite,
Uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da Chuva incessante,
Desistindo de um projecto antes de iniciá-lo,
não perguntando sobre um assunto que desconhece
E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
Recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o
Simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!»

Pablo Neruda

AUTO ESTIMA




O Anel

Quanto você vale?
- Venho aqui, professor, porque me sinto tão pouca coisa, que não tenho forças para fazer nada. Dizem-me que não sirvo para nada, que não faço nada bem, que sou lerdo e muito idiota. Como posso melhorar? O que posso fazer para que me valorizem mais?
O professor, sem olhá-lo, disse:
- Sinto muito meu jovem, mas não posso te ajudar, devo primeiro resolver o meu próprio problema. Talvez depois.
E fazendo uma pausa, falou:
- Se você me ajudasse, eu poderia resolver este problema com mais rapidez e depois talvez possa te ajudar.
- C...claro, professor, gaguejou o jovem, que se sentiu outra vez desvalorizado e hesitou em ajudar seu professor. O professor tirou um anel que usava no dedo pequeno e deu ao garoto e disse:
- Monte no cavalo e vá até o mercado. Devo vender esse anel porque tenho que pagar uma dívida. É preciso que obtenhas pelo anel o máximo possível, mas não aceite menos que uma moeda de ouro. Vá e volte com a moeda o mais rápido possível.
O jovem pegou o anel e partiu. Mal chegou ao mercado, começou a oferecer o anel aos mercadores. Eles olhavam com algum interesse, até quando o jovem dizia o quanto pretendia pelo anel. Quando o jovem mencionava uma moeda de ouro, alguns riam, outros saíam sem ao menos olhar para ele, mas só um velhinho foi amável a ponto de explicar que uma moeda de ouro era muito valiosa para comprar um anel. Tentando ajudar o jovem, chegaram a oferecer uma moeda de prata e uma xícara de cobre, mas o jovem seguia as instruções de não aceitar menos que uma moeda de ouro e recusava as ofertas.
Depois de oferecer a jóia a todos que passaram pelo mercado, abatido pelo fracasso montou no cavalo e voltou. O jovem desejou ter uma moeda de ouro para que ele mesmo pudesse comprar o anel, assim livrando a preocupação e seu professor e assim podendo receber ajuda e conselhos. Entrou na casa e disse:
- Professor, sinto muito, mas é impossível conseguir o que me pediu. Talvez pudesse conseguir 2 ou 3 moedas de prata, mas não acho que se possa enganar ninguém sobre o valor do anel.
- Importante o que disse, meu jovem, contestou sorridente o mestre. - Devemos saber primeiro o valor do anel. Volte a montar no cavalo e vá até o joalheiro. Quem melhor para saber o valor exato do anel? Diga que quer vendê-lo e pergunte quanto ele te dá por ele. Mas não importa o quanto ele te ofereça, não o venda. Volte aqui com meu anel.
O jovem foi até o joalheiro e lhe deu o anel para examinar. O joalheiro examinou-o com uma lupa, pesou-o e disse:
- Diga ao seu professor, se ele quiser vender agora, não posso dar mais que 58 moedas de ouro pelo anel.
O jovem, surpreso, exclamou:
- 58 MOEDAS DE OURO!!!
- Sim, replicou o joalheiro, eu sei que com tempo poderia oferecer cerca de 70 moedas , mas se a venda é urgente...
O jovem correu emocionado para a casa do professor para contar o que ocorreu.
- Sente-se, disse o professor, e depois de ouvir tudo que o jovem lhe contou, disse:
- Você é como esse anel, uma jóia valiosa e única. E que só pode ser avaliada por um expert. Pensava que qualquer um podia descobrir o seu verdadeiro valor???
E dizendo isso voltou a colocar o anel no dedo.
- Todos somos como esta jóia. Valiosos e únicos e andamos pelos mercados da vida pretendendo que pessoas inexperientes nos valorizem.
(Autor desconhecido)

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Por que é tão difícil dizer não?


É claro que nem todos são assim, mas muitas pessoas sentem uma grande dificuldade em impor seus limites, em negar algo a alguém, em dizer essa palavrinha de três letras: não
Você é daquelas pessoas que mudam todo o seu trajeto para dar carona a alguém? Fica horas ao telefone ouvindo uma amiga contar sobre o namorado, enquanto uma pilha de trabalho inacabado espera por você sobre a mesa? Sai das refeições do domingo passando mal de tanto comer, só porque a sua tia cismou que você tinha que repetir a macarronada cinco vezes e ainda comer a sobremesa?
Se esse for seu caso, eu tenho certeza que você já perguntou a si mesmo... POR QUE FAÇO ISSO COMIGO?
A primeira e mais evidente resposta é... porque não queremos desagradar alguém. Não queremos desagradar uma pessoa que nos pede carona, não queremos desagradar uma amiga, nem a uma tia que é grande e que já tem fama de encrenqueira!
Mas é preciso que você perceba que, para não desagradar ao outro você acaba desagradando a você mesmo, repetidas vezes. Cada sim dito ao outro é um não dito a você!
Mas por que não queremos desagradar, afinal? Qual seria o problema em desagradarmos alguém??? Será que temos a capacidade de agradar a todas as pessoas, o tempo todo? Você conhece alguém que agrada a todas as pessoas o tempo todo???
Para que você se aprofunde nessas questões é preciso que faça uma diferenciação entre seu Eu adulto e seu Eu criança.
Pense na parte adulta de você. Eu tenho certeza que, sendo o adulto que você é, você sabe que tentar agradar a todos é algo simplesmente impossível de ser atingido. Eu sei também que você sabe que não existe problema algum em negar uma carona, se a pessoa não está sequer em sua trajetória. Ou em dizer a uma amiga que você tem muito trabalho a fazer, e que não pode falar com ela naquele momento ao telefone... Ou em não comer, caso não esteja sentindo vontade. É óbvio, para nosso Eu dulto, que não somos obrigados a fazer coisas que não nos fazem bem, e que temos o direito de esperar que as pessoas que convivem conosco compreendam e aceitem nossos limites.
Se fôssemos puramente racionais e adultos, tudo estaria resolvido, e ponto final.
Mas o problema é que muitas vezes é a criança em nós que assume o comando de nossas falas e decisões. E com a criança a coisa é mais complicada. Quando você era criança, houve uma época em que você realmente dependia da aceitação dos adultos. O que uma criancinha poderia fazer caso os pais não a aceitassem, não cuidassem dela? Poderia chegar a morrer, certo? Então, para a criança, ser aceita era caso de vida ou morte. E essa vivência da criança fica registrada na forma de emoções.
Então vamos repassar uma dessas situações que usei como exemplo:
Você está cansado, tem muito trabalho a fazer, e sua amiga liga querendo lhe contar o fim de semana.
Seu adulto pensa: - Oh, não!!!! Estou exausto, preciso terminar esse relatório, vou dizer a ela que agora não posso falar, e que eu ligo quando estiver mais tranquilo _ esse parece um pensamento racional não é?
Mas a criança em você, que é toda emoção, se agita toda... - Ah, mas aí ela não vai mais gostar mais de mim... E a criança transforma a situação toda em uma bola de boliche que fica entalada na sua garganta, e você fica lá, mudo, paralisado, escutando... escutando... escutando... e se sentindo mal.
Horas depois, quando finalmente a sua amiga desliga lhe dizendo: - Desculpe, mas não posso mais falar com você, tenho que fazer o jantar (como se você a estivesse segurando ao telefone!!!!)
Bem, quando ela diz isso você se sente mal, e sente raiva de si mesmo, e passa a madrugada trabalhando enquanto ela dorme em paz.
Não é difícil perceber que existe algo errado nisso tudo.
Então, para deixar de fazer mal a si mesmo, você precisa aprender a dizer não. E para dizer não aos outros, você vai precisar aprender a dizer sim a você.
Quando estiver em uma situação dessas, procure analisar tudo de uma forma mais racional. Pergunte a si mesmo:
“Eu quero MESMO fazer isso para essa pessoa?”
“ Quais são as consequências, caso eu diga não?”
* Importante, responda “racionalmente”, e não “emocionalmente” a essas questões. Seja verdadeiro consigo mesmo.
É claro que existem situações em que dizer não ao outro não seria adequado... Um exemplo dramático, só para brincar com você: imagine que você chegue em casa e encontre seu marido (ou sua esposa) jogado não chão, roxo, e ele lhe pede para ligar ao médico... bem, nessa situação eu não lhe recomendaria a dizer : “Agora não estou com vontade, querido.... Mais tarde, talvez...”
Mas muitas vezes o não é um direito seu, uma forma de honrar a si próprio.
PRATIQUE DIZER NÃO!
Você verá que não vai perder as pessoas ao fazer isso.
Pelo contrário, vai ganhar mais uma pessoa na sua vida: você mesmo!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

VOCABULÁRIO DA VIDA




Adeus: É quando o coração que parte deixa a metade com quem fica.

Amigo: É alguém que fica para ajudar quando todo mundo se afasta.

Amor ao próximo: É quando o estranho passa a ser amigo que ainda não abraçamos.

Caridade: É quando a gente está com fome, só tem uma bolacha e reparte.

Carinho: É quando a gente não encontra nenhuma palavra para expressar o que sente e fala com as mãos, colocando o fago em cada dedo.

Ciúme: É quando o coração fica apertado porque não confia em si mesmo.

Cordialidade: É quando amamos muito uma pessoa e tratamos todo mundo da maneira que o tratamos.

Doutrinação: É quando a gente conserva o espírito colocando o coração em cada palavra.

Entendimento: É quando um velhinho caminha devagar na nossa frente e a gente estando apressado não reclama.

Evangelho: É um livro que só se lê bem com o coração.

Evolução: É quando a gente está lá na frente e sente vontade de buscar quem ficou para trás.

Fé: É quando a gente diz que vai escalar um everest e o coração já o considera feito.

Filhos: É quando deus entrega a jóia em nossa mão e recomenda cuidá-la.

Fome: É quando o estômago manda um pedido para a boca e ela silencia.

Inimizade: É quando a gente empurra a linha do afeto para bem distante.

Inveja: É quando a gente ainda não descobriu que pode ser mais e melhor do que o outro.

Lealdade: É quando a gente prefere morrer que trair a quem ama.

Lágrima: É quando o coração pede aos olhos que falem por ele.

Mágoa: É um espinho que a gente coloca no coração e se esquece de retirar.

Maldade: É quando arrancamos as asas do anjo que deveríamos ser.

Morte: Quer dizer viagem, transferência ou qualquer coisa com cheiro de eternidade.

Netos: É quando deus tem pena dos avós e manda anjos para alegrá-los.

Ódio: É quando plantamos trigo o ano todo e estando os pendões maduros a gente queima tudo em um dia.

Orgulho: é quando a gente é uma formiga e quer convencer os outros de que é um elefante.

Paz: É o prêmio de quem cumpre o dever.

Perdão: é uma alegria que a gente se dá e que pensava que jamais a teria.

Perfume: É quando mesmo de olhos fechados a gente reconhece quem nos faz feliz.

Pessimismo: É quando a gente perde a capacidade de ver em cores.

Preguiça: É quando entra vírus na coragem e ela adoece.

Raiva: É quando colocamos uma muralha no caminho da paz.

Reencarnação: É quando a gente volta para o corpo, esquecido do que faz, para se lembrar do que ainda não fez.

Saudade: É estando longe, sentir vontade de voar, e estando perto, querer parar o tempo.

Sexo: É quando a gente ama tanto que tem vontade de morar dentro do outro.

Simplicidade: É o comportamento de quem começa a ser sábio.

Sinceridade: É quando nos expressamos como se o outro estivesse do outro lado do espelho.

Solidão: É quando estamos cercado por pessoas, mas o coração não vê ninguém por perto.

Supérfluo: É quando a nossa sede precisa de um gole de água e a gente pede um rio inteiro.

Ternura: É quando alguém nos olha e os olhos brilham como duas estrelas.

Vaidade: É quando a gente abdica da nossa essência por outra, geralmente pior.

A vida me ensinou...


A vida me ensinou...
A dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração;
Sorrir às pessoas que não gostam de mim,
Para mostrá-las que sou diferente do que elas pensam;
Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade, para que eu possa acreditar que tudo vai mudar;
Calar-me para ouvir; aprender com meus erros.
Afinal eu posso ser sempre melhor.
A lutar contra as injustiças; sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores para o mundo.
A ser forte quando os que amo estão com problemas;
Ser carinhoso com todos que precisam do meu carinho;
Ouvir a todos que só precisam desabafar;
Amar aos que me machucam ou querem fazer de mim depósito de suas frustrações e desafetos;
Perdoar incondicionalmente, pois já precisei desse perdão;
Amar incondicionalmente, pois também preciso desse amor;
A alegrar a quem precisa;
A pedir perdão;
A sonhar acordado;
A acordar para a realidade (sempre que fosse necessário);
A aproveitar cada instante de felicidade;
A chorar de saudade sem vergonha de demonstrar;
Me ensinou a ter olhos para "ver e ouvir estrelas",
embora nem sempre consiga entendê-las;
A ver o encanto do pôr-do-sol;
A sentir a dor do adeus e do que se acaba, sempre lutando para preservar tudo o que é importante para a felicidade do meu ser;
A abrir minhas janelas para o amor;
A não temer o futuro;
Me ensinou e está me ensinando a aproveitar o presente,
como um presente que da vida recebi, e usá-lo como um diamante que eu mesmo tenha que lapidar, lhe dando forma da maneira que eu escolher.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Desejo...


Do poeta Vitor Hugo

Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e é preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Como iniciar o Auto-conhecimento?


É muito importante aprendermos que, para vivermos bem conosco e com o mundo, precisamos preencher 4 lacunas em nossa vida:

1. Físico
2. Mental
3. Social
4. Espiritual

FÍSICO
É cuidar bem de nosso corpo, no sentido de nos alimentarmos adequadamente, fazermos exercícios regulares, seja em uma academia ou uma caminhada ou trocar o elevador pela escada para subirmos 1 ou 2 andares. Simples mudanças em nossas rotinas que nos farão muito bem física e mentalmente. Não estamos focando aqui, única e exclusivamente a vaidade ao extremo, que é prejudicial. É importante termos uma vaidade saudável. Aceitar nosso corpo como ele é e não deter toda nossa atenção em nossas imperfeições (se houver ou quando supomos que possuímos tais imperfeições). Respeitarmos o limite de nosso corpo, não sobrecarregarmos com trabalho excessivo ou exposição excessiva à perigos ou vícios, etc.

MENTAL
É como cuidamos de nossos pensamentos. Mudar a qualidade de nosso pensamento através de uma boa leitura, conversas, programas de TV ou rádio que nos tragam informações construtivas ou entretenimento saudável. Do tipo, “Você deixaria ou aceitaria que você mesmo, seus filhos, pais, amigos, etc seguissem ou agissem conforme os comportamentos apresentados dentro desses programas, discussões, livros, etc?”
E estar aberto para coisas novas, procure conhecer novas idéias, descubra os pontos de vista das pessoas que as aceitam e porque. Esteja aberto para discussões saudáveis com essas pessoas, sem tentar ser rígido quanto a defesa de suas idéias, apenas aceitando que existem pessoas que pensam diferente de você, de forma que no fim, essas conversas ou discussões possam trazer benefícios a sua forma de pensar. Sempre é possível trazer alguma coisa nova a seus conceitos, fazendo você crescer em seus conhecimentos e comportamentos.

SOCIAL
É importante tentar nos darmos bem em nosso meio social, se não pudermos mudar os comportamentos de determinadas pessoas, ao menos poderemos evitar ter atritos, mantendo-nos em silêncio em determinados momentos para que possamos evitar explosões desnecessárias e altamente destrutivas entre os membros de nosso convívio. Mantendo a distância (não necessariamente física – mudar de casa, de emprego, etc – mas a distância através do pensamento). Essa atitude pode ser repassada para os demais relacionamentos, sejam eles familiares, profissionais, de amizade ou amorosos.
É importante ter consciência de nosso limite no ajuste com determinadas pessoas de nosso convívio social e o limite do outro, pondo em prática o conteúdo da frase:

“Viver, Deixar Viver. Para um melhor Conviver”.

Ou seja, não se desgaste com coisas que não pode mudar, por estarem fora de seu alcance, apenas mude o que você pode em você mesmo, através de seus pensamentos e atitudes. Por exemplo, se você sente que precisa pedir desculpas para alguém, faça isso. Faça de coração. Mas se a pessoa vai te desculpar ou não, já é com ela. Você fez a sua parte, entendeu? Isso é o que importa.

ESPIRITUAL
É importante termos uma filosofia ou crença em algo ou alguma coisa que nos traga consolo, apoio e lições de moral que possam nos confortar e nos dar estímulos quando enfrentamos problemas ou quando passamos por uma fase ruim em nossas vidas. Dessa forma, essa fase ou o problema tornam-se menores do que a gente supõe e assim, acaba por ser mais fácil ultrapassá-los durante esses períodos. Pois, acreditar em algo Superior lhe concede segurança, confiança e vontade de viver.
Por isso, não importa qual é a doutrina na qual você está filiado, a melhor religião é aquela que torna você uma pessoa melhor. Essa é a função das religiões.

A Dor é Passageira, mas o Sofrimento é Opcional!


Antes de falarmos sobre a Dor, vamos conhecer o termo: Coragem Moral. Coragem Moral é o termo utilizado para exprimir o conhecimento associado a elevação moral. Que é o máximo conhecimento das leis de amor que nos faz encarar os fatos da vida, por mais dolorosos que sejam, sempre de um ponto de vista, quase otimista. Porque na realidade é necessário termos consciência de que às vezes temos que passar por algumas dores para progredirmos seja física, emocional e psicologicamente falando.
Não saber lidar com perdas ou com as dores que a vida nos coloca, podem não ser as causas da depressão em si, mas o gatilho para ações que podem dar vazão a depressão.
Um exemplo, a dor de crescer é igual ao da larva para sair da crisálida para virar uma borboleta, se ela não faz um esforço de arrebentar a casca, ela nasce com asas fracas e não consegue voar.
Podemos dizer que a dor do crescimento é implacável, a gente vai ter sempre que passar por isso, não tem como. Então, para eu passar do primeiro para o segundo ano vou ter que largar o primeiro ano da escola, vou ter que largar as matérias que eu gostava, etc. Para eu entrar na faculdade vou ter que deixar os amigos do colégio, e assim por diante.
Agora o sofrimento é OPCIONAL, pois, se eu me deter na dor, ou por minha teimosia, orgulho ou pelo meu egoísmo de achar que tem que ser do meu jeito e não do jeito que a vida está trazendo, ou simplesmente a pessoa apegada às coisas porque não quer largar.
Por exemplo: “Eu não vou para faculdade porque não quero largar dos meus amigos do colegial”. E daí o sofrimento vem, porque a pessoa vê todo mundo crescendo e evoluindo e ela parada no tempo, ainda com a mentalidade de colegial, poderemos dizer assim.
Por isso, faça uma análise de sua vida hoje e veja se o que você sente é uma Dor de Crescimento ou se você está Sofrendo por opção. Analise e veja o que é possível mudar.

Lidando com o vazio existencial...


Existe uma coisa chamada VAZIO EXISTENCIAL, que é a dificuldade que o ser humano tem em viver em solidão, na realidade não é em solidão, é viver consigo mesmo. Quando nós não estamos com nossa vida cheia de coisas para fazer, a gente acaba tendo de ficar com a gente mesmo, não é?
Quantas pessoas existem que buscam freneticamente as diversões, prazeres e vícios, apenas para ter companhia? Porque não se suportam, temem a solidão de modo doentio, e tentam de mil maneiras (nem sempre equilibradas de evitá-la), ou talvez, pelo pavor de se enxergarem por dentro, que o confronto com o “estar sozinho” propicia.
Então isso é muito interessante, porque às vezes, essa luta interna, de buscar o nosso auto-conhecimento, pode nos causar essa sensação de solidão. Mas essa solidão só é “pesada” e doentia ou que nos leva a depressão, se a gente não tiver uma visão mais ampla do que é a nossa existência, para que serve a nossa vida.
Frase: “Se hoje nos matamos mais que ontem, não é porque temos de fazer esforços mais dolorosos, nem porque nossas necessidades íntimas estão menos satisfeitas, mas é porque já não sabemos quais são as nossas necessidades íntimas, nem tampouco percebemos o sentido de nossos esforços.”
É o tal do vazio existencial que nos leva ao desespero, pois, a gente acaba sendo cruéis conosco mesmo, exigindo nossa perfeição, quando nós apenas somos perfectíveis, ou seja, vamos sendo completos dentro de nosso processo de aperfeiçoamento.

Dicas para Mudar
Aumentar mais a nossa mente, sem pensamentos pré-concebidos, manter a mente aberta, honestidade em admitir que nós não sabemos tudo, saber ouvir opiniões diferentes uma das outras e a boa vontade para estar mudando de comportamentos e convicções.
E isso é muito importante para aqueles que não se valorizam, que possuem baixa auto-estima, pois alimenta pensamentos negativos sobre si mesmo. Não adianta ficar negando: "Eu não tenho problemas de egoísmo, ou comigo mesmo ou apegos excessivos às pessoas, instituições e idéias". Seja honesto com você mesmo, admita que você é impotente perante esse comportamento que já lhe é automático, ou seja, quando você menos espera está cometendo os mesmos enganos.
Manter a mente aberta, também pode significar: ouça as pessoas, submeta-se a uma terapia. É muito incomôdo saber, ter que ouvir e reconhecer que estamos errados ou que estávamos enganados.
É ter a boa vontade, ou seja, estou sendo honesto comigo mesmo, sei onde estou errando, sei como fazer para mudar e não MUDO! Não faço nada para mudar, talvez na esperança que as coisas possam continuar a ser do jeito como eu imagino. Todo esse processo de aceitação, fé, boa vontade, honestidade e entrega, está diretamente relacionado a sua capacidade de querer se tornar uma pessoa melhor.
E você é capaz disso, você é muito mais do que supõe ser, experiente fazer esse esforço e verá resultados maravilhosos, até mesmo a curto prazo.
Para você pensar melhor no que foi dito, deixo uma frase muito interessante, escrita por um filósofo:

"Quando eu disse a um caroço de laranja que dentro dele dormia um laranjal inteirinho, ele me olhou estupidamente incrédulo." Hermógenes

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Música a linguagem do amor...


Meus amigos: a Música é a linguagem dos espíritos. Sua melodia é como uma brisa saltitante que faz nossas cordas estremecerem de amor. Quando os dedos suaves da música tocam à porta de nossos sentimentos, acordam lembranças que há muito jaziam escondidas nas profundezas do Passado. Os acordes tristes da Música trazem-nos dolorosas recordações; e seus acordes suaves nos trazem alegres lembranças. A sonoridade de suas cordas faz-nos chorar à partida de um ente querido ou nos faz sorrir diante da paz que Deus nos concedeu.
Divina Música!
Filha da Alma e do Amor.
Cálice da amargura e do Amor.
Sonho do coração humano,fruto da tristeza.
Flor da alegria, fragrância e desabrochar dos sentimentos.
Linguagem dos amantes,confidenciadora de segredos.
Mãe das lágrimas do amor oculto.
Inspiradora de poetas, de compositores e dos grandes realizadores.
Unidade de pensamento dentro dos fragmentos das palavras.
Criadora do amor que se origina da beleza.
Vinho do coração que exulta num mundo de sonhos.
Encorajadora dos guerreiros,fortalecedora das almas.
Oceano de perdão e mar de ternura.
Ó música.
Em tuas profundezas depositamos nossos corações e almas.
Tu nos ensinaste a ver com os ouvidos e a ouvir com os corações.

É preciso coragem para esquecer o passado e reconstruir a sua história...Sejamos corajosos como a águia...


A águia vive em média 60 anos, porém, aos 40 anos, ela passa por uma transformação ou morre.
Ao atingir seus 40 anos, a águia já está com seu bico arqueado pelo tempo e não consegue pegar nenhuma presa, suas unhas muito compridas e também arqueadas não conseguem mais prender a caça, suas penas velhas e pesadas, já não conseguem alçar vôo; é quando ela usa sua sabedoria e isola-se no alto de uma pedreira e começa aí sua reciclagem.
Isolada no alto da pedreira, sentido dor e fome, ela dá início a sua jornada, primeiro bate com o bico nas pedras até que o mesmo caia e seja substituido por um bico novo, leve e forte; quando o bico novo já está pronto, ela passa a arrancar todas as suas unhas, para que venham unhas novas e afiadas; após a troca das unhas, a águia está exausta, porém, ela não pode se entregar, pois, ainda tem que arrancar todas as penas, e assim ela continua, arrancando pena por pena, para que nova plumagem venha cobrir seu corpo. Todo esse processo demora 06 meses, então ela estará pronta para viver mais 20 anos.
Nós não temos penas, bicos e unhas a serem trocadas para reciclar nossas vidas, mas, temos modos, aprendizados, conceitos e hábitos. Vamos começar?

SE UM CACHORRO FOSSE SEU PROFESSOR :



Você aprenderia coisas assim:
Quando alguém que você ama chega em casa,
corra ao seu encontro.
Nunca perca uma oportunidade
de ir passear de carro.
Permita-se experimentar
o ar fresco do vento no seu rosto.
Mostre aos outros que
estão invadindo o seu território.
Tire uma sonequinha no meio do dia
e espreguice antes de levantar.
Corra, pule e brinque todos os dias.
Tente se dar bem com o próximo
e deixe as pessoas te tocarem.
Não morda quando um simples
rosnado resolve a situação.
Em dias quentes, pare e role na grama,
beba bastante líquidos
e deite debaixo da sombra de uma árvore.
Quando você estiver feliz,
dance e balance todo o seu corpo.
Não importa quantas vezes o outro te magoa,
não se sinta culpado...
volte e faça as pazes novamente.
Aproveite o prazer de uma longa caminhada.
Se alimente com gosto e entusiasmo.
Coma só o suficiente.
Seja leal.
Nunca pretenda ser o que você não é.
Se você quer se deitar embaixo da terra,
cave fundo até conseguir.
E o MAIS importante de tudo...
Quando alguém estiver nervoso ou triste,
fique em silêncio, fique por perto
e mostre que você está ali para confortar.

A amizade verdadeira não aceita imitações!!!

E NÓS PRECISAMOS APRENDER ISTO COM UM ANIMAL QUE, DIZEM, É IRRACIONAL...

"Olhe no fundo dos olhos de um animal e, por um momento, troque de lugar com ele. A vida dele se tornará tão preciosa quanto a sua e você se tornará tão vulnerável quanto ele. Agora sorria, se você acredita que todos os animais merecem nosso respeito e nossa proteção, pois em determinado ponto eles são nós e nós somos eles."

Na física não existe amor platônico



Na física não existe amor platônico. Foi o que meu professor de física disse, em uma daquelas aulas que a última coisa que você quer é estar realmente na aula. Ele estava se referindo aos elétrons, que quando são atraídos por corpos positivos ou neutros, não os rejeitam. Na física, que tudo parece ser complicado, a coisa mais impossível de se entender é simples assim. Quem dera se na vida real esse conceito fosse o mesmo, se tudo fosse uma simples equação do tipo você apaixonado + a pessoa dos seus sonhos = viveram felizes para sempre ao cubo. Mas, não existem fórmulas, não existem manuais, não existem regras quando o assunto é amor.

A verdade é que a vida é feita de exceções, e não de regras. Compreender isso leva algum tempo, talvez nunca se compreenda mesmo. Cada amor por si, é uma exceção. Ou você realmente conhece aquele típico amor Hollywoodiano? Onde o mocinho conhece a mocinha, vivem uma linda história de amor e tudo acaba com um lindo por do sol em cima de uma colina dentro de um daqueles carrões conversíveis. Não. Amor que é amor tem brigas, daquelas de jogar vasos um na cabeça do outro, tem aquele mau hálito quando os dois acordam, tem os almoços na casa da “sogrinha amada”, tem o dogão da esquina quando se tem somente uns três reais no bolso pra comer. E claro, tem também a parte alucinante, a parte de subir pelas paredes pelo outro, a parte da reconciliação pós briga (uma das melhores), tem os filmes de sábado a tarde no inverno, as tardes na praia no verão, os apelidos breguérrimos que os casais insistem em se chamar e por ai vai. Vai bem longe na verdade. Cada amor é feito com uma dosagem de loucura, uma de certeza, ou então nenhuma de certeza.

O fato é que o amor é em si uma loucura. Afinal, não é coincidência demais que, a pessoa da sua vida, apareça justo na sua vida? Quero dizer, com tantos outros bares pra ela ir, tantas outras locadoras, tantos outros supermercados ou academias, a tal “pessoa certa” decide ir justo à quitanda do seu bairro comprar amoras às 08h30min da manhã de um sábado que você, por PURA coincidência, foi comprar cebola pra fazer creme acebolado pro seu sobrinho. Hãn me engana que eu gosto. Isso não é coincidência meu caro, isso se chama destino. Ah, então você deve estar pensando: lá vem de novo aquele clichê tão batidinho do destino. Ah sim, lá vem ele de novo. Eu acredito em destino, e esta tem sido uma das minhas mais fervorosas crenças. Digamos que uma das minhas respostas prediletas a tudo (e também o objeto de minha esperança).

Ok, você não acredita em destino? Então vamos aos fatos, vamos á Física. Como foi mesmo que eu disse? Na física não existe amor platônico. Tá legal, não se pode levar isso bem ao pé da letra no universo da conquista, mas vejamos pelo seguinte modo: um corpo tenta atrair o outro, e este só não se atrai se não quiser, ou seja: fica sozinho por pura opção. Pode até ser que demore um pouquinho pro corpo certo jogar seu magnetismo sobre você e te atrair, mas essa hora chega. Quando? Ah, isso só o destino sabe (é, o clichê de sempre). Eu ainda estou à espera da pessoa certa, e meu lado romântico diz sim que ele vai chegar e enroscará uma margaridinha nos meus cabelos, fazendo pousar no meu rosto o sorriso de orelha a orelha. E então eu cederei meus elétrons e nós vamos viver assim, super neutros (só nessa parte), compartilhando elétrons aqui e acolá. Se na vida real, do contrário da Física, o amor platônico existe, então, também do contrário da física, na vida real existe o destino, destino que por coincidência ou não, faz com que a pessoa da sua vida, uma hora ou outra, apareça JUSTO na sua vida.

O que da vida não se descreve...



Eu me recordo daquele dia. O professor de redação me desafiou a descrever o sabor da laranja. Era dia de prova e o desafio valeria como avaliação final. Eu fiquei paralisado por um bom tempo, sem que nada fosse registrado no papel. Tudo o que eu sabia sobre o gosto da laranja não podia ser traduzido para o universo das palavras. Era um sabor sem saber, como se o aprimorado do gosto não pertencesse ao tortuoso discurso da epistemologia e suas definições tão exatas. Diante da página em branco eu visitava minhas lembranças felizes, quando na mais tenra infância eu via meu pai chegar em sua bicicleta Monark, trazendo na garupa um imenso saco de laranjas. A cena era tão concreta dentro de mim, que eu podia sentir a felicidade em seu odor cítrico e nuanças alaranjadas. A vida feliz, parte miúda de um tempo imenso; alegrias alojadas em gomos caudalosos, abraçados como se fossem grandes amigos, filhos gerados em movimento único de nascer. Tudo era meu; tudo já era sabido, porque já sentido. Mas como transpor esta distância entre o que sei, porque senti, para o que ainda não sei dizer do que já senti? Como falar do sabor da laranja, mas sem com ele ser injusto, tornando-o menor, esmagando-o, reduzindo-o ao bagaço de minha parca literatura?

Não hesitei. Na imensa folha em branco registrei uma única frase. "Sobre o sabor eu não sei dizer. Eu só sei sentir!"

Eu nunca mais pude esquecer aquele dia. A experiência foi reveladora. Eu gosto de laranja, mas até hoje ainda me sinto inapto para descrever o seu gosto. O que dele experimento pertence à ordem das coisas inatingíveis. Metafísica dos sabores? Pode ser...

O interessante é que a laranja se desdobra em inúmeras realidades. Vez em quando, eu me pego diante da vida sofrendo a mesma angústia daquele dia. O que posso falar sobre o que sinto? Qual é a palavra que pode alcançar, de maneira eficaz, a natureza metafísica dos meus afetos? O que posso responder ao terapeuta, no momento em que me pede para descrever o que estou sentindo? Há palavras que possam alcançar as raízes de nossas angústias?

Não sei. Prefiro permanecer no silêncio da contemplação. É sacral o que sinto, assim como também está revestido de sacralidade o sabor que experimento. Sabores e saberes são rimas preciosas, mas não são realidades que sobrevivem à superfície.

Querer a profundidade das coisas é um jeito sábio de resolver os conflitos. Muitos sofrimentos nascem e são alimentados a partir de perguntas idiotas.

Quero aprender a perguntar menos. Eu espero ansioso por este dia. Quero descobrir a graça de sorrir diante de tudo o que ainda não sei. Quero que a matriz de minhas alegrias seja o que da vida não se descreve...

Padre Fábio de Melo

"Se"




"Se, ao final desta existência,
Alguma ansiedade me restar
E conseguir me perturbar;
Se eu me debater aflito
No conflito, na discórdia...
Se ainda ocultar verdades
Para ocultar-me,
Para ofuscar-me com fantasias por mim criadas...
Se restar abatimento e revolta
Pelo que não consegui
Possuir, fazer, dizer e mesmo ser...
Se eu retiver um pouco mais
Do pouco que é necessário
E persistir indiferente ao grande pranto do mundo...
Se algum ressentimento,
Algum ferimento
Impedir-me do imenso alívio
Que é o irrestritamente perdoar,
E, mais ainda,
Se ainda não souber sinceramente orar
Por quem me agrediu e injustiçou...
Se continuar a mediocremente
Denunciar o cisco no olho do outro
Sem conseguir vencer a treva e a trave
Em meu próprio...
Se seguir protestando
Reclamando, contestando,
Exigindo que o mundo mude
Sem qualquer esforço para mudar eu...
Se, indigente da incondicional alegria interior,
Em queixas, ais e lamúrias,
Persistir e buscar consolo, conforto, simpatia
Para a minha ainda imperiosa angústia...
Se, ainda incapaz
para a beatitude das almas santas,
precisar dos prazeres medíocres que o mundo vende...
Se insistir ainda que o mundo silencie
Para que possa embeber-me de silêncio,
Sem saber realizá-lo em mim...
Se minha fortaleza e segurança
São ainda construídas com os materiais
Grosseiros e frágeis
Que o mundo empresta,
E eu neles ainda acredito...
Se, imprudente e cegamente,
Continuar desejando
Adquirir,
Multiplicar,
E reter
Valores, coisas, pessoas, posições, ideologias,
Na ânsia de ser feliz...
Se, ainda presa do grande embuste,
Insistir e persistir iludido
Com a importância que me dou...
Se, ao fim de meus dias,
Continuar
Sem escutar, sem entender, sem atender,
Sem realizar o Cristo, que,
Dentro de mim,
Eu Sou,
Terei me perdido na multidão abortada
Dos perdulários dos divinos talentos, Os talentos que a Vida
A todos confia,
E serei um fraco a mais,
Um traidor da própria vida,
Da Vida que investe em mim,
Que de mim espera
E que se vê frustrada
Diante de meu fim.
Se tudo isto acontecer
Terei parasitado a Vida
E inutilmente ocupado
O tempo
E o espaço
De Deus.
Terei meramente sido vencido
Pelo fim,
Sem ter atingido a Meta."

Professor Hermogenes

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Quando a alegria vier, torne-se ela...


Quando você vê um amigo e, de repente, sente uma alegria surgindo em seu coração, concentre-se nessa alegria. Sinta-a e torne-se ela, e encontre o amigo enquanto está consciente e preenchido com sua alegria. Deixe que o amigo esteja simplesmente na periferia enquanto você permanece centrado em sua sensação de felicidade.
Isso pode ser feito em muitas outras situações. O sol está nascendo e, de repente, você sente alguma coisa subindo dentro de você. Então, esqueça-se do sol, deixe que ele permaneça na periferia. Esteja centrado na sua própria sensação de energia subindo. No momento em que você olhar para ela, ela se espalhará. Ela se tornará todo o seu corpo, todo o seu ser. E não seja apenas um observador dela, dissolva-se nela. Existem muito poucos momentos em que você sente alegria, felicidade, êxtase, mas você segue perdendo-os porque você se torna centrado no objeto.

Você encontrou um amigo, é natural parecer que a alegria está vindo do seu amigo, de vê-lo. Mas não é o caso. A alegria está sempre dentro de você. O amigo apenas criou a situação. O amigo ajudou-a a vir para fora, ajudou-o a ver que ela está aí. E isso não é apenas com a alegria, mas com qualquer coisa: com a raiva, com a tristeza, com a miséria, com a felicidade, é assim com tudo. Os outros apenas criam situações nas quais as coisas que estão escondidas em você são expressadas. Eles não são as causas, eles não estão causando nada em você. Qualquer coisa que estiver acontecendo, está acontecendo em você. Aquilo esteve sempre ali. Foi somente o encontro com esse amigo que criou a situação na qual tudo aquilo que estava escondido veio a se abrir, veio para fora. A partir de fontes ocultas, ela tornou-se aparente, manifesta. Sempre que isso ocorrer, permaneça centrado na sensação mais interna, e então você terá uma atitude diferente a respeito de tudo na vida.
Mesmo com emoções negativas, faça isso. Quando você estiver com raiva, não fique centrado na pessoa que a fez surgir. Deixe que ela fique na periferia. Torne-se simplesmente a raiva. Sinta a raiva em sua totalidade; permita que ela aconteça internamente. Não racionalize, não diga que foi esse homem quem a criou. Não condene o homem. Ele simplesmente criou a situação. E sinta-se agradecido a ele por ele ter ajudado alguma coisa que estava escondida a vir para fora. Ele lhe bateu em algum lugar e a ferida estava escondida ali. Agora que você a conhece, torne-se a ferida.
Use isso com qualquer emoção, negativa ou positiva, e haverá uma grande mudança em você. Se a emoção for negativa você se livrará dela ficando consciente de que ela está dentro de você. Se a emoção for positiva, você se tornará a própria emoção. Se ela for alegria, você se tornará alegria; se ela for raiva, a raiva irá se dissolver.
E essa é a diferença entre emoções negativas e positivas. Se você tornar-se consciente de uma certa emoção e, ao tornar-se consciente, a emoção se dissolver, então ela é negativa. Se ao tornar-se consciente de uma certa emoção, você se torna a própria emoção e então ela se espalha e torna-se o seu ser, ela é positiva. A consciência funciona diferentemente em ambos os casos. Se ela é uma emoção venenosa, você a libera através da consciência. Se ela é boa, feliz e extática, você se torna um com ela. A consciência aprofunda-a.
Assim, para mim, esse é o critério: se alguma coisa é aprofundada pela sua consciência, ela é alguma coisa boa. Se alguma coisa se dissolve através da consciência, ela é alguma coisa ruim. Aquilo que não consegue permanecer em consciência é pecado e aquilo que cresce em consciência é virtude. Virtude e pecado não são conceitos sociais, eles são percepções mais internas.
Use a sua consciência. É exatamente como se houvesse escuridão e você trouxesse a luz: a escuridão não estará mais ali. Apenas por trazer a luz, a escuridão não estará mais ali, porque na verdade ela não estava. Ela era negativa, era apenas a ausência de luz. Mas muitas coisas que estão aí se tornarão manifestas. Só por trazer a luz, essas estantes, esses livros, essas paredes, não desaparecerão. Na escuridão eles não estavam, você não podia vê-los.Se você trouxer a luz, a escuridão não estará mais ali, mas aquilo que é verdadeiro será revelado. Através da consciência, tudo que é negativo como a escuridão será dissolvido - ódio, raiva, tristeza, violência e o que é real, assim como o amor, a beleza, a alegria será revelado.

Faça resolutamente, com todo o seu coração



Buda diz: Faça o que você tem de fazer resolutamente... Mas, por resolução, ele não quer dizer vontade, como o significado comum nos dicionários. Buda é obrigado a usar as palavras de vocês, mas ele dá um novo significado às suas palavras. Por ‘resolução’ ele quer dizer “a partir de um coração decidido” – não a partir da força de vontade, mas a partir de um coração decidido. E lembre-se: ele enfatiza a palavra ‘coração’, não a mente. Força de vontade faz parte da mente. Um coração decidido é um coração sem problemas, um coração que não mais está dividido, um coração que chegou a um estado de tranqüilidade, de silêncio. Eis o que ele chama de “um coração decidido”.

“Faça o que tem de fazer resolutamente, com todo o seu coração.” Lembre-se da ênfase no coração. A mente jamais pode ser uma – por sua própria natureza ela é muitas. E o coração é sempre um – pela sua própria natureza ele não pode ser muitos. Você não pode ter muitos corações, mas você pode ter muitas mentes. Por quê? Porque a mente vive na dúvida e o coração vive no amor. A mente vive na dúvida e o coração vive na confiança. O coração sabe como confiar – é a confiança que o torna um. Quando você confia, de repente você fica centrado.

Daí a significância da confiança. Não importa se sua confiança é na pessoa certa ou não. Não importa se sua confiança será explorada ou não. Não importa se você será enganado por causa de sua confiança ou não. Há toda a possibilidade de você ser enganado – o mundo é cheio de enganadores. O que importa é que você confiou. É a partir de sua confiança que você se torna íntegro, o que é muito mais importante do que qualquer outra coisa. Não é uma questão de que primeiro você tem de estar certo se a pessoa é digna de confiança ou não. Como você estará certo? E quem vai pesquisar?

Será a mente, e a mente sabe somente como duvidar. Ela duvidará. Ela duvidará mesmo de um homem com Cristo ou Buda. Ela não pode nem ajudar a ela mesma.

Assim, lembre-se: confiar não quer dizer que primeiro você tem de pesquisar, que primeiro você tem de deixar as coisas certas, garantidas e, então, confiar. Isso não é confiança, isso realmente é dúvida – como você esgotou as possibilidades de duvidar, daí você confia. Se uma outra possibilidade de dúvida surgir, você duvidará novamente. Confie apesar de todas as dúvidas, apesar do que o homem é ou do que o homem vá fazer. Isso é do coração, vem do amor.

Quando você confia e ama com um coração decidido, isso traz transformação. Então, você nunca hesita. A hesitação simplesmente o mantém aos pedaços.

Dando um salto quântico, sem nenhuma hesitação ou apesar de todas as hesitações, você se torna íntegro. A hesitação desaparece, você se torna um. E tornar-se um significa libertar-se – libertar-se da própria multidão estúpida que existe dentro de você, libertar-se de seus pensamentos e desejos e memórias, libertar-se da própria mente.

Osho, The Dhammapada, #9, #1

O Pintor




Há muitos e muitos anos atrás, num certo país, vivia um pintor jovem e famoso. Ele decidiu criar um retrato realmente grandioso, um retrato vivo, repleto da alegria de Deus, o retrato de um homem cujos olhos irradiassem paz eterna. Assim, saiu em busca de alguém cujo rosto refletisse essa luz eterna, etérea.
O artista andou de uma aldeia a outra, atravessou selvas, em busca de seu objetivo, até que por fim encontrou um pastor de olhos brilhantes, com rosto e feições que continham a promessa de algum lar celestial. Um olhar bastou para convencer ao pintor que Deus estava presente naquele jovem.
O artista fez um retrato do jovem pastor. Milhões de cópias foram feitas e vendidas por toda parte. O povo sentia imensa gratidão só por poder pendurar a pintura em suas paredes.
Quase vinte anos depois, quando já estava velho, o artista decidiu pintar um outro retrato. Sua experiência havia lhe mostrado que a vida não é só bondade, que Satã também existe no homem. A idéia de pintar um retrato do diabo persistiu. Realizando o seu propósito, as duas obras se completariam e mostrariam um homem completo. Ele já retratara a divindade; agora queria retratar o mal encarnado. Saiu em busca de um homem que não fosse um homem, mas o próprio diabo.
Freqüentou covis de malfeitores, tavernas e hospícios. O tema tinha que conter fogo do inferno; aquele rosto tinha que mostrar tudo que há de mau, feio e sádico.

Depois de longa busca, o artista finalmente encontrou um prisioneiro numa cadeia. O homem havia cometido sete assassinatos e estava sentenciado à forca, dali a poucos dias. O inferno era evidente nos olhos do homem; eles esguichavam ódio. Seu rosto era o mais feio que se poderia encontrar. O artista começou a pintá-lo. Quando acabou o retrato, trouxe o antigo e colocou-o ao lado do novo para ver o contraste. Do ponto de vista artístico, era difícil afirmar qual o melhor; ambos eram maravilhosos. Ficou parado olhando os dois retratos. De repente, ouviu um soluço. Virou-se e encontrou o prisioneiro condenado chorando. O artista ficou espantado. Perguntou: "meu amigo, porque está chorando? esses quadros o perturbam?"
O prisioneiro disse: "tenho tentado todo este tempo esconder uma coisa de você, mas hoje não consigo. Obviamente, você não sabe que esse outro retrato também é meu. Os dois são meus. Sou o mesmo pastor que você encontrou há vinte anos atrás nas montanhas. Choro pela minha queda nestes últimos vinte anos. Caí do céu para o inferno, de Deus para o Demônio".
Não sei se essa estória é verdadeira, mas de uma coisa tenho certeza: a vida de cada homem tem dois lados opostos; é possível dois retratos de todo mundo. Em cada homem existe tanto Deus quanto o Diabo; em cada um há a possibilidade do céu e a do inferno. Um buquê de belas rosas pode brotar do homem tanto quanto um monte de lama pode acumular-se sobre ele. Todo homem oscila entre esses dois extremos.


Osho

Sinta Mais. Pense Menos


Pense menos, sinta mais. Intelectualize menos, intua mais.

Sinta Mais. Pense Menos

Pensar é um processo decepcionante, ele faz você sentir que está fazendo grandes coisas. Mas você está apenas construindo castelos no ar. Pensamento nada mais são do que castelos no ar.

Sentimentos são mais materiais, mais substanciais. Eles o transformam. Pensar sobre amor não vai ajudar, mas sentir amor está fadado a mudá-lo. Pensar é muito apreciado pelo ego, porque o ego se nutre de ficções. O ego não pode digerir qualquer realidade, e o pensar é um processo fictício...

Mude da mente para o coração, do pensar para o sentir, da lógica para o amor. E a segunda mudança é do coração ao ser - porque ainda há uma camada mais profunda em você, onde os sentimentos não podem alcançar. Lembre-se destas três palavras: mente, coração, ser. O ser é a sua natureza pura. Em volta do ser está o sentimento e em volta do sentimento está o pensamento. O pensar está muito longe do ser, mas o sentir está um pouco mais perto; ele reflete alguma glória do ser. É como num por do sol, o sol sendo refletido pelas nuvens e as nuvens enchendo-se de belas cores.

Elas mesmas não são o sol, mas elas estão refletindo a luz do sol. Os sentimentos estão mais próximos do ser, assim eles refletem alguma coisa do ser. Mas tem que ir-se além dos sentimentos também. E entào o que é ser?

Não é nem pensar, nem sentir, é puro não-ser. Você apenas é.


Osho

Medo do medo


As pessoas vem a mim, e dizem: nós temos muito medo, o que devemos fazer? Se eu der alguma coisa para fazer, elas vão fazer isso como um ser que está cheio de medo. Então a ação virá do seu medo. E a ação que vem do medo, não pode ser nada, a não ser medo. Então, por favor, não crie nenhum conflito. Se você tem um problema, não crie outro. Fique com o primeiro. Não lute e crie outro. É mais fácil resolver um problema do que o outro. E o primeiro problema está perto da fonte. O segundo vai estar removido da fonte. E quanto mais afastado, mais impossível fica resolvê-lo. Se você tem medo, você tem medo. Porque criar um problema disso. Assim, você sabe que você tem medo, assim como você sabe que você tem duas mãos. Porque criar um problema disso. Você tem apenas um nariz, e não dois. Porque criar um problema disso? O medo está lá. Aceite-o, se dê conta dele, aceite-o e não se preocupe a respeito. O que irá acontecer? Subitamente você vai sentir que ele desapareceu. E esta é a alquimia interior. Um problema desaparece se você o aceita. E um problema aumenta mais e mais em complexidade se você criar um conflito com ele. Sim, o sofrimento está lá. E subitamente, o medo vem. Aceite-o. Ele está lá, e nada pode ser feito a respeito.

E quando eu digo que nada pode ser feito a respeito, não pense que eu estou falando de pessimismo à você. Quando eu digo que nada pode ser feito a respeito eu estou lhe dando uma chave para dissolver aquilo. O sofrimento está lá. Ele é parte da vida e parte do crescimento. Nada é mal a respeito dele. O sofrimento se torna mal apenas quando ele é simplesmente destrutivo e não é nada criativo. O sofrimento se torna mal apenas, e nada é ganho através disso. Mas eu estou dizendo a você, que o divino pode ser ganho através do sofrimento. Então ele se torna criativo.

A escuridão é bela se a aurora vem dela rapidamente. A escuridão é perigosa se ela se torna interminável, se ela não leva à uma aurora, se ela simplesmente continua e continua.

E você continua se movendo em círculos. Um círculo vicioso. E é isso que está acontecendo com você. Para escapar de um sofrimento, você cria outro. Então, para escapar do outro, outro. E isso vai indo e indo. E todos esses sofrimentos que você não viveu estão esperando por você. Você escapou. Mas você escapa de um sofrimento para o próximo. Porque uma mente que estava criando sofrimento, pode criar outro sofrimento. Então você pode escapar deste sofrimento para aquele. Mas o sofrimento estará lá. Porque o sofrimento é a força criativa. Aceite o sofrimento e o atravesse. Não escape. Isso é uma dimensão totalmente diferente para se trabalhar. O sofrimento está lá. Encontre-o. Atravesse-o. O medo esta presente. Aceite-o. Você irá tremer. Então trema. Porque criar uma fachada de que você não tem medo?

Osho, A bird on the Wing, # 1

Osho

Aceite-se ou Sofra





No momento em que você se aceita, você se torna aberto, torna-se vulnerável, receptivo. No momento em que você se aceita, não há necessidade de futuro nenhum, porque não há necessidade de melhorar coisa alguma. Então, tudo é bom, tudo é bom como é. No próprio exercício de viver, a vida começa a adquirir um novo colorido, surge uma nova harmonia.
Se você aceita a si mesmo, esse é começo da aceitação de tudo. Se rejeita a si mesmo, você está basicamente rejeitando o universo; se rejeita a si mesmo, você está rejeitando a vida. Se aceita a si mesmo, você aceitou a vida; então, não há mais nada a fazer além de sentir prazer, celebrar. Não há do que se queixar, não há ressentimentos; você se sente grato. Então, a vida é boa e a morte é boa; então, a alegria é boa e a tristeza é boa; então, estar com a pessoa amada é bom e estar sozinho é bom. Então, tudo o que acontece é bom, porque acontece a partir do todo.
Mas você foi condicionado, ao longo de séculos, a não aceitar a si mesmo. Todas as culturas do mundo foram envenenadas pela mente humana, porque todas elas dependem de uma coisa: melhorar a si mesmo. Todas despertaram ansiedade em você ansiedade é o estado de tensão entre o que você é e o que deveria ser. As pessoas tendem a permanecer ansiosas se houver um "deve" na vida. Se há um ideal que tem de ser atingido, como você pode ficar relaxado? Como pode ficar em casa? E impossível viver qualquer coisa totalmente, porque a mente anseia pelo futuro. E esse futuro nunca vem ele não pode vir. Pela própria natureza do seu desejo, é impossível quando ele vem, você começa a imaginar outras coisas, você começa a desejar outras coisas. Você pode sempre imaginar uma situação melhor. E você pode sempre ficar na ansiedade, tenso, preocupado é assim que a humanidade tem vivido por séculos.
Apenas raramente, de vez em quando, um homem escapa da armadilha. Esse homem é chamado de Buda, de Cristo. O homem desperto é aquele que conseguiu sair da armadilha da sociedade, que viu que essa armadilha não passa de um absurdo. Você não pode melhorar a si mesmo. E eu não estou dizendo que a melhora não aconteça; lembre-se mas você não pode melhorar a si mesmo. Quando pára de se melhorar, a vida melhora você. Nesse relaxamento, nessa aceitação, a vida começa a cuidar de você, a vida começa a fluir através de você. E quando você não tem nenhum ressentimento, nenhuma queixa, você desabrocha, você floresce.
Portanto, eu gostaria de lhe dizer: aceite a si mesmo como você é. E essa é a coisa mais difícil do mundo, porque vai contra o seu treinamento, a sua educação, a sua cultura. Desde o início da vida lhe disseram como você deveria ser. Ninguém nunca lhe disse que você é bom assim como é; eles sempre puseram programas na sua mente. Você foi programado pelos pais, pelos padres, pelos políticos, pelos professores você foi programado para apenas uma coisa: simplesmente continuar se aprimorando. Aonde quer que você vá, vai correndo atrás de alguma coisa. Você nunca descansa. Trabalha até a morte.
O meu ensinamento é simples: não adie a vida. Não espere pelo amanhã, pois ele nunca vem. Viva o dia de hoje!
Jesus disse aos seus discípulos: "Olhai para os lírios do campo, como crescem; eles não trabalham, nem fiam contudo eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles." Qual é a beleza das humildes flores? Sua beleza está na total aceitação. Elas não têm um programa em seu ser para melhorar. Elas estão aqui e agora dançando ao vento, tomando banho de sol, conversando com as nuvens, dormindo no calor da tarde, flertando com as borboletas... desfrutando, sendo, amando, sendo amadas.E toda a vida começa a despejar a sua energia dentro de você quando você está aberto. Então as árvores são mais verdes do que lhe parecem ser agora; então o sol é mais brilhante do que lhe parece ser agora; então tudo torna-se psicodélico, colorido. Do contrário, tudo perde a graça, torna-se insípido, melancólico e sem brilho.
Aceite-se essa é a oração. Aceite-se essa é a gratidão. Relaxe internamente é dessa maneira que Deus queria que você fosse. Ele não queria que você fosse de outro jeito; do contrário, teria feito você diferente. Ele fez você como você e como ninguém mais. Tentar se aprimorar é basicamente tentar aprimorar a Deus o que é uma idiotice, e você vai ficar cada vez mais louco nessa tentativa. Não vai chegar a lugar nenhum; simplesmente terá perdido uma grande oportunidade.
Deixe que essa seja a sua cor a aceitação. Deixe que essa seja a sua característica a aceitação, a completa aceitação. E então você ficará surpreso: a vida está sempre pronta a derramar as suas bênçãos sobre você. A vida não é sovina; a vida sempre dá em abundância mas não podemos receber essa abundância porque não sentimos que merecemos recebê-la.
É por isso que as pessoas se apegam às desgraças elas se acomodam à sua programação. As pessoas continuam se punindo de mil e uma maneiras sutis. Por quê? Porque isso se encaixa no seu programa. Se você não é como deveria ser, terá de se punir, terá de criar sofrimentos para si mesmo. É por isso que as pessoas se sentem bem quando são sofredoras.
Deixe-me dizer uma coisa: as pessoas ficam contentes quando são sofredoras; elas se tornam muito, mas muito inquietas quando estão felizes. Isso foi o que observei em milhares e milhares de pessoas: quando elas são infelizes, tudo está como deveria ser. Elas aceitam a situação essa situação de infelicidade se enquadra no condicionamento, na mente delas. Elas sabem o quanto são horríveis, elas sabem que são pecadoras.Disseram-lhe que você nasceu no pecado. Que estupidez! Que absurdo! O homem não nasce no pecado, mas na inocência. Nunca houve nenhum pecado original, a única coisa que houve foi a inocência original. Toda criança nasce na inocência. Nós fazemos com que se sinta culpada começamos a dizer: "Assim não pode ser. Você deve ser deste modo." E a criança é natural e inocente. Nós a castigamos por ser natural e inocente e a recompensamos por ser artificial e esperta. Nós a recompensamos por ser falsa todas as nossas recompensas são para as pessoas falsas. Se alguém é inocente, não lhe damos nenhuma recompensa; não temos nenhuma consideração para com essa pessoa, não temos nenhum respeito por ela. O inocente é condenado, o inocente é considerado quase como um sinônimo de criminoso. O inocente é considerado tolo, o esperto é considerado inteligente. O falso é aceito o falso se encaixa na sociedade falsa.
Então, toda a sua vida não passa de um esforço para criar cada vez mais punições para si mesmo. E tudo o que você faz é errado; então você tem de se punir por todas as alegrias. Até mesmo quando a alegria vem a despeito de você mesmo, lembre-se, quando a alegria vem a despeito de você, quando às vezes Deus simplesmente se choca contra você e você não pode evitá-lo imediatamente você começa a se punir. Algo deu errado como isso pôde acontecer a uma pessoa horrível como você?
Na noite passada, um homem me perguntou: "Osho, o senhor fala sobre o amor, o senhor fala de dar o seu amor. Mas o que eu tenho para dar a todo mundo?" Ele quis saber: "O que eu tenho para oferecer à minha amada?"
Essa é a idéia secreta de todo mundo: "Eu não tenho nada." O que você não tem? Ninguém lhe disse que você tem todas as belezas de todas as flores porque o homem é a mais bela flor desta terra, o ser mais evoluído. Nenhum pássaro pode cantar a canção que você é capaz de cantar o canto dos pássaros não passa de ruídos, embora ainda assim seja lindo porque vem da inocência. Você pode cantar canções muito melhores, de maior importância, com muito mais significados. Mas você pergunta: "O que eu tenho?"
As árvores são verdes, belas; as estrelas são belas e os rios são belos mas você já viu algo mais belo do que o rosto humano? Você já se deparou com algo mais belo do que os olhos humanos? Em toda a terra, não existe nada mais delicado que os olhos humanos nenhuma rosa pode competir com eles, nenhum lótus pode competir. E que profundidade! Mas você quer saber: "O que eu tenho para oferecer no amor?" Você deve ter vivido uma vida de condenação de si mesmo;
você deve ter-se depreciado,sobrecarregando-se de culpas.
Na verdade, quando alguém o ama, você fica um tanto surpreso. "Quem... eu? Uma pessoa me ama?" A idéia surge na sua mente: "É porque ela não me conhece. É isso. Se vier a me conhecer, se me observar melhor, ela nunca me amará." E assim os amantes começam a se esconder uns dos outros. Eles guardam muitos segredos, não abrem os seus segredos porque têm medo de que, no momento em que abrirem o coração, o amor irá desaparecer porque não conseguem se amar, como podem imaginar que alguém os ama?
O amor começa com o amor por si mesmo. Não seja egoísta, mas satisfeito consigo mesmo e essas são duas coisas diferentes. Não seja um Narciso, não seja obcecado por si mesmo mas o amor por si mesmo é um dever, um fenômeno básico. Apenas quando parte desse pressuposto é que você pode amar alguém. Aceite a si mesmo, ame a si mesmo; você é uma criação de Deus. A assinatura de Deus está em você e você é especial, único. Ninguém mais nunca foi como você e ninguém mais jamais será como você é simplesmente único, incomparável. Aceite isso, ame isso, celebre isso na própria celebração você vai começar a ver a singularidade dos outros, a incomparável beleza dos outros. O amor só é possível quando existe uma profunda aceitação de si mesmo, do outro, do mundo. A aceitação cria um ambiente em que o amor prospera, o solo em que o amor viceja.


Osho, Intimidade como confiar em si mesmo e nos outros. Ed. Cultrix

A Coragem para ser Feliz



Continuamos a perder muitas coisas na vida só por causa da falta de coragem. Na verdade, nenhum esforço é necessário para conquistar – só é preciso coragem – e as coisas começarão a vir até você, em vez de você ir atrás delas. Pelo menos no mundo interior é assim.
E para mim, ser feliz é a maior coragem. Ser infeliz é uma atitude muito covarde. Na realidade, para ser infeliz, não é preciso nada. Qualquer covarde pode ser, qualquer tolo pode ser. Todo mundo é capaz de ser infeliz; para ser feliz é preciso coragem – é um risco tremendo.

Não temos o costume de pensar assim. Nós pensamos: “ O que é preciso para ser feliz? Todo mundo quer ser feliz.” Isso está absolutamente errado. É muito raro uma pessoa estar pronta para ser feliz – as pessoas investem tanto na infelicidade! Elas adoram ser infelizes. Na verdade, elas são felizes por serem infelizes.

Há muitas coisas para se entender – sem entendê-las é muito difícil se livrar da mania de ser infeliz. A primeira coisa é: ninguém está prendendo você; é você que decidiu ficar na prisão da infelicidade. Ninguém prende ninguém. O homem que está pronto para sair dela, pode sair quando quiser. Ninguém mais é responsável. Se uma pessoa é infeliz, é ela mesma a responsável. Mas a pessoa infeliz nunca aceita a responsabilidade – é por isso que continua infeliz. Ela diz: “ Estão me fazendo infeliz” .

Se outra pessoa está fazendo com que você seja infeliz, naturalmente não há nada que você possa fazer. Se você mesmo está causando a sua infelicidade, alguma coisa pode ser feita... alguma coisa pode ser feita imediatamente. Então ser ou não ser infeliz está nas suas mãos. Todavia as pessoas ficam jogando nos outros a responsabilidade – às vezes na mulher, às vezes no marido, às vezes na família, no condicionamento, na infância, na mãe, no pai... outras vezes na sociedade, na história, no destino, em Deus – mas não param de jogar nos outros. Os nomes são diferentes, mas o truque é sempre o mesmo.

Um homem torna-se realmente um homem quando aceita a responsabilidade total – é responsável pelo quer que seja. Essa é a primeira forma de coragem, a maior delas. É muito difícil aceitá-la porque a mente vai continuar dizendo: “Se você é responsável, porque criou isso?”. Para evitar isso, dizemos que os outros são responsáveis: “O que eu posso fazer? Não tem jeito... sou uma vítima! Sou jogado daqui para ali por forças maiores que eu e não posso fazer nada. Posso no máximo chorar porque sou infeliz e ficar ainda mais infeliz chorando”. E tudo cresce – se você cultiva uma coisa, ela cresce. Então você vai cada vez mais fundo... mergulha cada vez mais fundo.

Ninguém, nenhuma outra força, está fazendo nada a você. É você e só você. Isso resume toda a filosofia do karma – que é o seu fazer; karma significa ‘fazer’. Você fez e pode desfazer. E não é preciso esperar, postergar. Não é preciso tempo – você pode simplesmente pular fora disso.

Mas nós nos habituamos. Se pararmos de ser infelizes, nos sentiremos muito sozinhos, perderemos nossa maior companhia. A infelicidade virou nossa sombra – nos segue por toda a parte. Quando não há ninguém por perto, pelo menos a infelicidade está ali presente - você se casa com ela. E trata-se de um casamento muito, muito longo; você está casado com a sua infelicidade há muitas vidas.

Agora chegou a hora de se divorciar dela. Isto é o que eu chamo de a grande coragem – divorciar-se da infelicidade, perder o hábito mais antigo da mente humana, a companhia mais fiel.

OSHO, The Buddha Disease, # 27

Você é feliz e não sabia



A ciência afirma que o homem é mais feliz do que imagina e a filosofia aponta trilhas mais curtas para alcançar a felicidade. Mas, afinal, o que ela é?

Antiga lenda taoísta conta que, numa aldeia do norte da China, vivia um ancião cuja única posse era um cavalo. Certo dia, o animal desviou-se do pasto e sumiu no território de uma tribo adversária. Os vizinhos, condoídos, foram ao encontro do aldeão para consolá-lo mas, surpresos, ouviram o velho dizer: "Talvez isso seja uma bênção". Após alguns meses, o cavalo retornou, acompanhado de uma égua, e a vizinhança apressou-se em parabenizar o ancião. Outra vez, ele causou espanto. "Talvez isso vire um infortúnio", afirmou. O casal de animais reproduziu e, em pouco tempo, o aldeão tornou-se próspero proprietário de um haras. Mas, numa tarde, seu filho, que adorava cavalgar, caiu do cavalo e quebrou a perna, motivando de novo o lamento dos amigos. "Talvez isso seja uma bênção", repetiu o pai. Meses depois, tribos inimigas atacaram a aldeia e todos os homens saudáveis foram convocados para a guerra. A maioria morreu. O ancião e seu filho inválido, no entanto, escaparam da carnificina.

Guarde na memória essa história. É dela que iremos extrair vários ensinamentos ao longo desta reportagem. Por enquanto, basta-nos perceber que a lenda do aldeão nos põe diante daquilo que é a nossa aspiração mais profunda e a mais universal - aquilo que chamamos felicidade.

Aos seis bilhões de seres humanos que vivem na Terra e tentam alcançá-la, a ciência acena com uma boa notícia: estudos realizados em vários países nos últimos 15 anos, sugerem que não estamos tão distantes do estado de ventura quanto, às vezes, imaginamos. O humor da maioria das pessoas, revela pesquisa do Instituto Nacional do Envelhecimento, dos Estados Unidos, costuma manter-se num ponto médio - o chamado "ponto fixo de felicidade" -, que oscila muito pouco ao longo da vida e que nem sempre significa um marco neutro entre a depressão e a euforia. O "ponto fixo" da maior parte dos humanos, aliás, situa-se levemente acima do ponto neutro, razão por que se deduz que a maioria da população é moderadamente feliz.

Dados como esses atiçam os cientistas na busca de uma explicação biológica para a felicidade e no esforço para que, talvez, um dia se chegue a algo semelhante à soma, a pílula que, na sociedade imaginada pelo inglês Aldous Huxley no livro Admirável Mundo de Novo, mantinha as pessoas em estado de contentamento. Desde a década de 70, quando surgiram os antidepressivos, os distúrbios do humor vêm sendo tratados - além da psicoterapia - com medicamentos que regulam os níveis de serotonina e noradrenalina, neurotransmissores existentes no cérebro, ou que atuam somente sobre a serotonina, como o Prozac, campeão de vendas. Mas como todas essas drogas produzem efeitos colaterais e podem causar dependência, quando mal-administradas, elas ainda enfrentam a resistência de psicólogos e pesquisadores e que acham que felicidade não tem nada a ver com bioquímica. Stephen Braun, autor do livro Unlocking the Mysteries of Mood (Desvendando os mistérios do humor, inédito em português) e um ex-usuário de antidepressivos, diz que não há razão para medo. "Drogas como o Prozac apenas fornecem um suplemento neurobiológico que leva o cérebro a operar corretamente", diz Braun. "Funcionam como os óculos que permitem ao míope enxergar melhor." Ou seja: elas apenas ressaltariam o estado de felicidade já existente e não trariam em si, a essência desse estado. Mas, se não pode ser reduzida à bioquímica do cérebro, como defini-la?

O psicólogo David Meyers, do Hope College de Michigan, Estados Unidos, diz que "a felicidade é a versão prolongada do prazer". Para a maioria da população, a melhor forma de alcançar esse prazer prolongado é ganhar mais dinheiro. É sempre a grana - e não o amor, a amizade e mesmo o status - que aparece no topo das pesquisas sobre o que as pessoas consideram o principal ingrediente para torná-las felizes. De fato, estudos comprovam que o dinheiro pode contribuir para a melhoria dos níveis de satisfação, mas só por pouco tempo. A euforia de quem foi subitamente agraciado com uma bolada, como os ganhadores da loteria, costuma durar um ou dois anos, às vezes menos. Quem é rico de berço ou tem fortuna há muito tempo, já não vê no dinheiro os poderes mágicos que a intuição popular lhe atribui.

Isso vale até para países. Em três décadas de sondagens, o Centro de Pesquisas de Opinião dos Estados Unidos constatou que o índice de felicidade dos americanos permaneceu praticamente estável, apesar de a renda média ter duplicado entre 1957 e 1990, passando de 7.500 para 15.000 dólares, já computada a inflação.

Segundo centenas de estudos, contribuem também para o deleite pessoal o prestígio e a fama, o círculo de amigos, o bom humor que atrai companhias e, claro, o casamento, a família e as emoções do sexo. Mas nenhum desses itens garante por si mesmo o bem-estar e todos estão sujeitos a mutação.

Está na hora, então, de voltarmos à nossa lenda taoísta. Como os cavalos que entram e saem da vida do aldeão, dinheiro, prestígio, sexo e tudo o mais que julgamos ser a nossa felicidade é transitório. As circunstâncias mudam e com elas, na maioria da vezes, o nosso humor. Além de misteriosa, portanto, a felicidade é talvez a coisa mais fugidia deste mundo.

"A melhor maneira de definir felicidade é vê-la não como um estado (prazer ou bem-estar, por exemplo), mas como um modo de vida, o que implica o exercício de determinadas capacidades, a realização de nossas potencialidades", diz o doutor em Filosofia Cláudio Reis, da Universidade de Brasília. "O problema é saber o que exatamente compõe esse modo de vida, algo impossível de ser reduzido a uma fórmula." Tem sido assim desde a antigüidade. O grego Platão (428-347 a.C.), por exemplo, referia-se a uma certa "felicidade verdadeira", diferente dos prazeres triviais e à qual se teria acesso pela adoção de critérios objetivos para uma vida reta, base da harmonia espiritual. Na mesma Grécia, Diógenes e Zeno achavam que o caminho para ser feliz é a vida natural, fora das cidades - aparentemente livre das injunções sociais e de vícios como a luxúria, o orgulho e a maldade -, enquanto os filósofos estóicos viam na disciplina intelectual e na aceitação do inevitável a única maneira de o homem viver bem.

Mas uma das mais importantes contribuições da filosofia helênica sobre a felicidade surgiu com Epicuro (340-270 a.C.), o inspirador do hedonismo (doutrina que considera o prazer como princípio e fim da vida moral), não raro mal-interpretado pelos que lhe desconhecem o pensamento. Numa mensagem ao discípulo Meneceu, posteriormente rotulada de "Carta Sobre a Felicidade", o filósofo aponta três questões essenciais que estão diretamente relacionadas à busca da felicidade: o medo da morte, o desejo e o prazer.

Para Epicuro, que encarava o fim da vida tão somente como a "privação de todas as sensações", a consciência de que a morte nada significa é indispensável para que se alcance "a fruição da vida efêmera, sem querer acrescentar-lhe tempo infinito". Mas esse é um passo que deveria ser secundado pelo "conhecimento seguro dos desejos" - direcionando toda escolha e toda recusa para a saúde do corpo e para a serenidade do espírito - e, sobretudo, pela compreensão do prazer como "nosso bem primeiro e inato", mas nem por isso irrefreável. "Todo prazer constitui um bem por sua própria natureza; não obstante isso, nem todos são escolhidos", escreveu o filósofo. "Do mesmo modo, toda dor é um mal, mas nem todas devem ser evitadas."

Pesquisas dizem que as pessoas felizes
são as que menos dependem de riqueza

O raciocínio epicurista é pragmático e leva em conta a relação custo/benefício: o prazer deve ser evitado quando dele resultarem efeitos desagradáveis e o sofrimento acolhido se, após a dor, advier um prazer maior. Contudo, ao contrário do que supunham seus críticos, para Epicuro o prazer não é o "gozo dos intemperantes", uma experiência meramente sensorial, mas a "ausência de sofrimentos físicos e de perturbações da alma." A Meneceu, ele recomendou uma vida de hábitos simples que, a seu ver, permitem ao homem aproveitar melhor a abastança e enfrentar sem temor as vicissitudes.

"No fundo, os epicuristas, como os estóicos, advertem-nos de que deveríamos pôr a nossa felicidade naquilo que depende de nós, sem esquecer a enorme vulnerabilidade da vida humana", lembra Cláudio. E não há aí uma visão fatalista (para Epicuro, o "futuro não é nem totalmente nosso, nem totalmente não nosso") mas apenas o reconhecimento de que não há alternativa.

Outra vez estamos de volta à lenda do aldeão. Ela nos ensina a olhar para a sorte e para o infortúnio como opostos em um mesmo ciclo de interação e transformação. A sabedoria de viver consistiria em saber lidar com o próprio movimento da vida, usando-o a nosso favor com o manejo de recursos interiores.

Stephen Braun diz que, ao contrário da crença corrente, décadas de pesquisa mostraram que a felicidade tem pouco a ver com a riqueza ou outros fatores externos. Em vez disso, pessoas felizes demonstram menos dependência de bens materiais ou de situações, como se uma qualidade intrínseca impedisse as circunstâncias exteriores de esgotar sua fonte de contentamento. Até nos momentos mais adversos, como a morte de um familiar ou o fim de um relacionamento amoroso, elas retornam ao ponto de equilíbrio mais rapidamente que os outros, ainda que a capacidade humana de recobrar a sensação de bem-estar seja universal. Pessoas assim, ressalta Braun, aceitam a inevitabilidade dos maus momentos (e sua carga de ansiedade, tristeza e medo), sem complicá-los com a negação das emoções ou tentativas de fuga. Seu segredo não é apoiarem-se na ventura ininterrupta ou numa felicidade instalada no futuro ou no passado, mas experimentarem todas as situações com um mínimo de dor e sofrimento desnecessários - o que novamente nos remete ao aldeão da lenda e sua atitude serena ante o inusitado.

"Estamos separados da felicidade pela própria esperança que a busca", diz o filósofo francês André CornteSponville. "Como nos habituamos a esperá-la, acostumados à noção platônica de que só desejamos o que nos falta, acabamos por negar a nós próprios a chance de um contentamento real com as coisas presentes", diz. É como se adotássemos, como uma maldição, a frase triste do filósofo alemão, precursor do existencialismo, Arthur Schopenhauer, no século XIX: "A vida oscila como um pêndulo, da direita para a esquerda, do sofrimento ao tédio".

Schopenhauer cunhou sua frase inspirado no ensinamento de Buda acerca do desejo e da natureza impermanente de todas as coisas, expressando assim sua conclusão de que a vontade é uma força cega que jamais será inteiramente satisfeita. A felicidade, para ele, só poderia ser alcançada pela renúncia e pela compaixão, num estado de despojamento semelhante ao nirvana budista. Cornte-Sponville, ao contrário, acha que a saída pode ser mais fácil e menos radical se, simplesmente, desvincularmos a felicidade da esperança e o desejo do que ainda está por vir. "A sabedoria é viver de verdade, em vez de esperar viver", afirma. "É aí que encontramos as lições de Epicuro, dos estóicos, de Spinoza ou de Buda." Sua receita para isso é que amemos o que temos, pois só quando desejamos o que temos - e não o que nos falta - sentimos prazer. Na felicidade esperada, há sofrimento no início e, depois, tédio, tão logo o desejo é finalmente satisfeito.

Impulso inato nos seres humanos, a busca da felicidade ganhou status de direito social a partir do movimento iluminista, no século XVIII, cuja filosofia influenciou a Revolução Francesa e a independência dos Estados Unidos. Na Constituição americana, inclusive, a buscada felicidade é garantida como um "direito inalienável" dos cidadãos. Mas tamanho fascínio pela ventura pode estar se transformando numa ameaça ao homem como resultado da sua banalização. Segundo Pascal Bruckner, a sociedade moderna fez da felicidade um ideal coletivo e obrigatório, numa atitude que beira a crueldade. "Hoje em dia sofre-se também por não querer sofrer, do mesmo modo que se pode adoecer de tanto procurar a saúde perfeita", diz Bruckner. "Quem não é feliz se sente excluído e fracassado."

Ele diz que, em uma sociedade voltada para o hedonismo (no sentido vulgar, não filosófico), tudo se torna irritação e suplício. A obsessão por uma felicidade eufórica desperdiça a chance das pequenas alegrias da vida, aquelas que estão ao nosso alcance entre os momentos de pico, e oculta outros valores que também dão sentido à existência, como o amor, a justiça e a liberdade. Autor do livro A Euforia Perpétua, em que questiona o dever de felicidade na sociedade ocidental, Bruckner exorta as pessoas a não se sentirem culpadas ou doentes por não serem felizes. Ninguém é feliz ou infeliz o tempo todo e a ventura real não está apoiada sobre um objeto preestabelecido, mas se altera com a idade e o momento de cada um. "Mais importante que a felicidade, é a alegria de simplesmente estar vivo, e estar aqui na Terra para esta aventura efêmera", diz Bruckner.

E não será isso um motivo bastante para viver?