domingo, 4 de dezembro de 2011

Desencanto


Senhor!
Em certos dias de minha vida encontro muita dificuldade para suportar meus problemas, sentindo-me cansado, saturado até, dos percalços e dificuldades diárias. Mas penso que é impossível deixar de sentir exaustão, algumas vezes, com o tumulto que é a vida na Terra nos dias atuais! Nas ruas, meu Pai, pessoas de semblante frio esbarram em mim ostentando declarado desdém pela sorte alheia; se pedestre, não encontro espaço certo para uma travessia segura; se motorista, sempre há alguém para atravessar a rua impedindo-me de prosseguir. No trabalho, companheiros, ambicionam-me o cargo; eu, por minha vez, nunca estou satisfeito com o cargo que tenho. Se sou correto, meu superior me sufoca; se sou negligente, ameaça-me com demissão. No lar, valho minha conta bancária, meu carro; se trabalho muito, sou ausente; se trabalho pouco, sou relapso e negligente. Por isso, esse sentimento amargo aqui dentro e que deixa o mundo menor, deixa as pessoas pequenas e dá um preço irrisório a tudo o que criastes! Mas não queria que fosse assim... Sinto, meu Deus, que posso ser muito mais do que tenho sido ultimamente, um juiz decadente e cansado de minha própria vida, querendo sim, ser mais alegre, resignado e bom, porém com o coração transbordando desencanto e fel. Por isso estou aqui, em busca de novo estímulo para a minha vida. Ajuda-me Senhor, a não julgar os outros pelo que fazem, mas mostra-me como posso transformá-los mostrando-lhes o que eu faço. Cura-me deste hábito de dar as costas quando sinto repulsa por aquilo que meu próximo diz ou faz e mostra-me como devo agir para que ele renove hábitos e linguagens na minha frente. Corrige-me o coração enquanto é tempo, meu Pai, retirando dele a convicção que a vida é irrecuperável, e modela-o conforme Tua lei, para que eu aprenda a viver com menos preconceitos e julgamentos e com mais misericórdia, alegria e amor! Assim seja!

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