domingo, 31 de janeiro de 2010

O amor dos animais...



O mundo parece voltar sua atenção para os animais dando-lhes a devida importância que merecem. Cientistas das várias regiões do planeta se empenham em desvendar os segredos que envolvem os seres ditos inferiores da natureza. Fatos e acontecimentos registrados ao longo de inúmeras pesquisas revelam atitudes e comportamentos surpreendentes no reino animal.
Como avaliar os sentimentos desses maravilhosos seres? Serão sentimentos semelhantes aos dos humanos? Como explicar o ciúmes, a depressão e outros distúrbios de comportamento presente em algumas espécies de animais?
Assistindo ao canal Discovery, acompanhei uma pesquisa realizada por uma cientista americana, cujo nome não lembro, a qual acompanhou um grupo de chimpanzés durante alguns anos, registrando o comportamento coletivo e individual dos seus componentes. O que mais me impressionou foi o caso de uma mãe chimpanzé e do seu filhote que revelou desde tenra idade um “amor” obsessivo por ela. Esse sentimento o dominou a tal ponto que, no momento em que sua mãe ficou novamente prenha e, obedecendo ao instinto, iniciou o processo natural do distanciamento enxotando-o do seu convívio e da sua dependência, demonstrou uma reação diferente dos outros chimpanzés da sua idade: recusou distanciar-se de sua mãe.
Para a chimpanzé mãe, esse comportamento tomou-se um grande problema, pois assediada diuturnamente pelo filhote, acabou tendo dificuldades no desenvolvimento da gravidez deixando de alimentar-se com o necessário para suprir suas necessidades que agora eram maiores em função o seu estado. Consequentemente, isso acabou comprometendo a sua saúde. Mas, mesmo assim conseguiu parir o novo filhote.
O assédio do filhote obcecado por ela demonstrava a manifestação de ciúmes, dificultando o trato do recém-nascido, acabando por provocar-lhe a morte prematura. A chimpanzé abalada na sua saúde não resistiu e morreu às margens de um riacho. Seu filhote apaixonado deitou-se ao seu lado e, com a cabeça apoiada em sua barriga, passou a acariciá-la, entrando em profunda depressão e ali mesmo morreu, demonstrando que não conseguiria viver sem ela.
Neste caso, podemos considerar que o jovem chimpanzé viveu um intenso amor pela sua mãe?
Não seria uma excessiva dependência? Talvez um descontrole do instinto? Mas o instinto não erra, então como julgar ou analisar tal comportamento?

Uma coisa é certa, ainda temos muito o que aprender sobre nós mesmos e sobre os animais.
Hoje a visão da ciência está plenamente de acordo com a colocação de que existe em muitas espécies uma acentuada presença da inteligência manifesta nas atitudes de certos animais. Essa realidade é comprovada quando um animal assume uma atitude inteligente que não lhe foi ensinada.
Essa inteligência rudimentar e esse amor instintivo dilatados têm sido registrados com freqüência, principalmente na convivência do homem com o animal doméstico; são relatos interessantes de pessoas que viveram experiências inusitadas com os seus bichinhos de estimação.
O que observamos nessa relação homem animal, é que o animal acaba absorvendo o psiquismo do dono.
Principalmente o cão tende a assumir um comportamento semelhante ao da criança quando tenta imitar o pai ou a mãe.
Dono nervoso, cão nervoso; dono amoroso, cão amoroso; o poder de assimilação por parte do animal é muito grande. Quando o dono está triste o cão também demonstra tristeza; esse fenômeno é natural, o instinto cobra-lhe uma adaptação ao ambiente e às pessoas em face às suas necessidades materiais que são supridas pelo dono.
O amor que nutrimos pelos seres humanos e pelos animais não pode jamais ultrapassar a raia do bom senso e do equilíbrio, levando-nos aos exageros que transformam esse amor em um amor possessivo e deprimente, causando mais mal do que bem ao objeto do nosso afeto.
Repito: ainda temos muito o que aprender sobre nós mesmos e sobre os animais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário