sábado, 5 de junho de 2010
quinta-feira, 3 de junho de 2010
É preciso olhar como se fosse a primeira vez...
Sempre olhamos para as coisas com olhos velhos. Você chega em sua casa; você olha pra ela sem olhar pra ela. Você a conhece – não há necessidade de olhar pra ela. Você tem entrado nela de novo e novamente por anos seguidos. Você vai até a porta, você abre a porta, você entra. Mas não há necessidade de olhar.
Todo esse processo continua como um robô, mecanicamente, inconscientemente. Se alguma coisa der errado, somente se sua chave não se encaixar na fechadura, assim você olha pra fechadura. Se a chave funciona, você nunca olha pra fechadura. Por causa dos hábitos mecânicos, fazendo a mesma coisa repetidamente de novo e de novo, você perde a capacidade de olhar; você perde a frescura do olhar.
Relembre a última vez que você olhou para sua esposa. A última vez que você olhou para sua esposa ou para seu marido pode ter sido anos atrás. Por quantos anos você não tem olhado? Você apenas passa, dando uma olhada eventual, mas não um olhar. Vá novamente e olhe para sua esposa ou para seu marido como se você estivesse olhando pela primeira vez. Por quê? Caso você estiver olhando pela primeira vez, seus olhos ficarão cheios com um frescor. Eles ficarão vivos.
Dizem que nada é novo debaixo do céu. Na verdade, nada é velho debaixo do céu. Só os olhos ficam velhos, acostumados às coisas; assim nada é novo. Para as crianças tudo é novo: é por isso que tudo lhes dá excitamento. Até uma pedra colorida na praia, e elas ficam tão excitadas. E tudo é um mundo novo, uma nova dimensão.
Olhe para os olhos das crianças – para o frescor, a vivacidade radiante, a vitalidade. Eles parecem como espelhos, silenciosos, porém penetrantes. Só tais olhos podem alcançar dentro.
Qualquer coisa servirá. Olhe para seus sapatos. Você os tem usado por anos, mas olhe como se fosse pela primeira vez e veja a diferença: a qualidade de sua consciência subitamente muda. Essa técnica é só para tornar seus olhos frescos – tão frescos, vivos, radiantemente vitais, que eles possam mover-se para dentro e você possa dar uma olhada no seu eu interior.
Se você estiver livre do passado e tiver um olhar que possa ver o presente, você irá penetrar na existência. E essa entrada será dobrada: você entrará em tudo, em seu espírito, e você entrará em você mesmo também porque o presente é a porta. Todas as meditações de uma maneira ou de outra tentam conseguir que você viva o presente. Assim essa técnica é uma das mais belas técnicas – e fácil, vale a pena tentar...
Escolhas...
A cada momento de cada dia, escolha.
* Escolha fazer a coisa certa, não a coisa familiar;
* Faça sua escolha por amor, não por medo. Escolha com o coração;
* Escolha viver plenamente, não passar pela vida como um sonâmbulo;
* Escolha responder segundo o que de fato sente, não segundo o que os outros esperam que sinta;
* Escolha desabafar tudo o que tem a dizer em vez de passar a noite remoendo raiva;
* Escolha compaixão e generosidade;
* Escolha o sorriso em lugar da cara amarrada;
Faça suas ESCOLHAS…
… A cada momento de cada dia, ESCOLHA…
E seja muito FELIZ!
O que é importante para você?
Há muita gente que não define o que quer porque pensa que,para realizar um sonho, precisa abdicar de outro. Reveja suas crenças...
Grande parte dos profissionais passam a vida toda tentando construir uma carreira de sucesso, mas não param para pensar sobre o que eles realmente querem para si, sobre o que realmente os realiza. Resultado: nem chegam ao sucesso que poderiam, nem ficam satisfeitos com os próprios resultados.
Você já parou para pensar que a cada minuto do seu dia você escolhe como vai ser a sua vida? Seu destino é criado com base em cada decisão tomada. No entanto, muita gente tem medo de decidir e de assumir as conseqüências de seus atos. Fica com medo de arriscar e não acredita na própria capacidade de realizar a vocação.
Geralmente, são pessoas que, na infância, escutaram muitos nãos: “Não se atreva!”, “Não dê palpites em assuntos que você não conhece”. Mais tarde, só sabem reconhecer o que não querem fazer.
— Eu só sei que não quero lidar com números...
— Eu só sei que não quero ninguém mandando em mim...
— Eu só sei que não quero trabalhar com meu pai...
São firmes no que não querem fazer, mas completamente indecisas sobre o caminho a seguir. Vivem se torturando, sempre insatisfeitas, reclamando de tudo. Falam que vão mudar, mas jogam seu tempo fora reafirmando apenas o que não querem. Outras não conseguem decidir porque se mobilizam com base apenas no que os outros pensam. Querem agradar aos outros, mas não conseguem agradar a si mesmas.
Não desperdice sua vida procurando a aprovação alheia. Descobrir o que se quer fazer é fundamental. E assumir as perdas que essa decisão representa, também.
Você quer ser treinador de futebol. Tudo bem, mas saiba que isso vai prejudicar a sua convivência com a família. Você gostaria de ser gerente. Ótimo, mas vai ter de aprender a lidar com as pessoas.
Definir o que se quer facilita a vida.
Há muita gente também que não define o que quer porque pensa que, para realizar um sonho, precisa abdicar de outro: trabalho ou casamento, filhos ou carreira, viver bem ou guardar dinheiro.
Ao contrário dos nossos avós imigrantes, que tinham de decidir entre comer no almoço ou no jantar, hoje raramente precisamos eliminar coisas importantes de nossa vida para realizar algo. Porém muitas mulheres ainda abrem mão de ter filhos para se dedicar à vida profissional. Muitos homens ainda abrem mão do casamento para fazer carreira. Muitas pessoas ainda abrem mão dos prazeres da vida para acumular dinheiro.
Não deixe de dar atenção ao que é importante para você.
O campeão nunca dirá: esse projeto é demais para mim. Ao contrário, vai pensar no que precisa aprender para realizar o seu sonho, no que precisa mudar para conseguir o que quer. Está sempre se fazendo perguntas: “O que preciso fazer para desenvolver bem este projeto?”, “O que preciso mudar para conseguir ficar mais tempo na companhia dos meus filhos?”
O campeão sabe que as novas conquistas são resultado de novos aprendizados. Claro, você pode optar por uma vida tranqüila. Pode montar uma pequena pensão numa praia deserta e enfrentar poucos riscos, poucos desafios. A escolha é sua. O importante é saber como quer viver a sua vida.
Pense sobre isso!
Não pense, sinta...
Você sempre permaneceu unido apenas informalmente, e quando está unido formalmente a alguém pode continuar enganando a respeito de mil e uma coisas disparatadas, porque nada importa — é só um passatempo.
Mas quando você começa a se sentir mais próximo de alguém surge uma intimidade, então até mesmo uma simples palavra que pronuncie é importante. Então você não pode brincar com as palavras com tanta facilidade, porque agora tudo tem significado.
Portanto, haverá lacunas de silêncio. A princípio você se sentirá estranho, porque não está acostumado ao silêncio. Você acha que deve dizer algo; do contrário, o que o outro irá pensar?
Sempre que você se aproxima de alguém, sempre que há algum tipo de amor, o silêncio vem e não há nada a dizer. Na verdade, não há nada a dizer — não há nada. Com um estranho, há muito a dizer; com os amigos, nada a dizer. E o silêncio se torna pesado porque você não está acostumado com ele.
Você não sabe o que é a música do silêncio. Você só conhece uma maneira de se comunicar, e essa é verbal, por intermédio da mente. Você não sabe como se comunicar por intermédio do coração, coração a coração, em silêncio.
Você não sabe como se comunicar apenas estando ali presente, por intermédio da sua presença. Você está evoluindo, e os padrões antigos de comunicação estão ficando insuficientes. Você terá de desenvolver novos padrões de comunicação não-verbal. Quanto mais alguém amadurece, mais necessária é a comunicação não-verbal.
A linguagem é necessária porque não sabemos como nos comunicar. Quando sabemos como fazê-lo, pouco a pouco, a linguagem não é necessária. A linguagem é apenas um meio muito primário. O meio verdadeiro é o silêncio.
Portanto, não tome uma atitude errada; do contrário, irá parar de crescer. Nada faz falta quando a linguagem começa a desaparecer; essa é uma ideia errada. Algo novo tem de aparecer, e os antigos padrões não são suficientes para contê-lo.
Você está crescendo e suas roupas estão ficando apertadas. Não é que esteja faltando algo; algo está sendo acrescentado a você a cada dia.
Quanto mais você medita, mais você ama e mais se relaciona. E, por fim, chega o momento em que apenas o silêncio convém. Assim, da próxima vez em que estiver com alguém e não estiver se comunicando com palavras, e sentir-se pouco à vontade, fique feliz. Mantenha o silêncio e deixe que o silêncio estabeleça a comunicação.
A linguagem é necessária para aproximar pessoas com quem você não tem um relacionamento amoroso. A não-linguagem é necessária para pessoas com quem você tem um relacionamento amoroso.
É preciso tornar-se inocente outra vez como uma criança, e calado. Os gestos sairão — às vezes vocês sorriem e dão-se as mãos, ou às vezes vocês apenas ficam em silêncio, olhando um nos olhos do outro, sem fazer nada, só estando ali, presentes.
As presenças se encontram e se fundem, e algo acontece que só vocês sabem. Só vocês, com quem está acontecendo — ninguém mais vai saber, tal a profundidade em que acontece.
Aproveite esse silêncio; sinta-o, prove-o e saboreie-o. Logo você vai ver que ele tem a sua própria comunicação; que ela é maior, mais elevada, mais secreta e mais profunda. E que a comunicação é sagrada; há uma pureza em torno dela.
Quando dois se tornam um...
Quando duas pessoas que se amam estão realmente abertas uma à outra, quando elas não temem uma à outra e não escondem nada uma da outra... isso é intimidade.
Quando elas podem dizer tudo, sem medo de que o outro irá se ofender ou magoar...
Se um pensa que o outro ficará ofendido, então a intimidade ainda não é profunda o bastante. É um tipo de acordo que pode ser rompido por qualquer coisa.
Mas quando duas pessoas que se amam começam a sentir que não há nada a esconder e tudo pode ser dito, e a confiança chega a tal profundidade que mesmo que um não diga o outro irá saber, então eles começam a se tornar um.
Cantar para os passarinhos...
A vida se compõe de pequenas coisas. Então, se você passar a se interessar pelas chamadas grandes coisas, estará deixando a vida escapar.
A vida consiste em bebericar uma xícara de chá, fofocar com os amigos, sair pela manhã para fazer uma caminhada - sem qualquer destino em particular, só para caminhar, sem rumo, sem finalidade, podendo a qualquer instante dar meia-volta -, cozinhar para alguém que você ama, cozinhar para si mesmo - porque você ama seu corpo também -, lavar suas roupas, limpar o chão, regar o jardim ...
Essas coisas pequenas, bem pequenas ...
Dizer olá a um estranho, o que não seria absolutamente necessário, já que não há qualquer interesse sobre ele. A pessoa que pode dizer olá a um estranho também pode dizer olá a uma flor, também pode dizer olá a uma árvore, também pode cantar uma canção para os passarinhos.
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Assuma o risco de ser sincero...
Nenhum relacionamento pode crescer de verdade se você continuar dando-lhe as costas. Se você permanecer esperto e continuar se guardando e protegendo, apenas as personalidades se conhecem e os centros essenciais permanecem sozinhos.
Então, apenas a sua máscara se relaciona, não você. Sempre que uma coisa dessas acontece, há quatro pessoas no relacionamento, não duas. Duas pessoas falsas continuam se encontrando, e duas pessoas reais continuam em mundos à parte.
Esse risco existe — se você for sincero, ninguém saberá se esse relacionamento será capaz de entender a verdade, a autenticidade; se esse relacionamento será forte o suficiente para resistir à tempestade.
Existe um risco e, por causa dele, as pessoas permanecem muito protegidas. Elas dizem coisas que deveriam ser ditas, fazem coisas que deveriam ser feitas; o amor se torna mais ou menos como um dever.
Mas então a realidade continua faminta e a essência não é alimentada. Assim a essência vai ficando cada vez mais triste. As mentiras da personalidade são um fardo muito pesado para a essência, para a alma.
O risco é real e não existem garantias quanto a ele; mas vou lhe dizer uma coisa: vale a pena correr o risco.
No máximo, o relacionamento acaba — no máximo. Mas é melhor ser separado e verdadeiro do que irreal e junto, porque então você nunca estará satisfeito. A bênção nunca virá com o relacionamento. Você vai continuar faminto e sedento, e continuará se arrastando, só esperando que aconteça um milagre.
Para que o milagre aconteça, você terá de fazer alguma coisa, e isso é: começar a ser sincero. Com o risco de que talvez o relacionamento não seja forte o suficiente e possa não ser capaz de resistir — a verdade pode ser demais, insuportável — mas então esse relacionamento não vale a pena.
Por isso, é preciso passar pelo teste.
Osho, em "Intimidade: Como Confiar em Si Mesmo e Nos Outros"
A verdadeira liberdade...
Existem muitos tipos de liberdade - a social, a política, a econômica, mas elas são apenas superficiais.
A verdadeira liberdade tem uma dimensão totalmente diferente. Ela não diz respeito ao mundo exterior, nada disso; ela emerge da nossa interioridade.
Trata-se da liberdade com relação ao condicionamento, a todos os tipos de condicionamento, às ideologias religiosas, às filosofias políticas.
Todos eles têm sido impostos por outras pessoas sobre você, têm agrilhoado você, acorrentado você, aprisionado você, têm feito de você espiritualmente um escravo.
A meditação nada mais é do que destruir todos esses grilhões, condicionamentos, a destruição de todas as prisões, de modo que você possa ficar novamente sob o céu, sob as estrelas, ao ar livre, disponível para a existência.
Osho, em "Liberdade: a Coragem de Ser Você Mesmo"
O oceano de cada um...
Há milhões de ondas no mar. Você nunca vê o mar, apenas as ondas, porque são elas que estão na superfície. Esqueça as ondas: elas não existem de fato, somente o oceano.
Sempre que você tiver tempo, olhe nos olhos do amigo, do seu amor ou de qualquer outra pessoa. Não pense, apenas olhe cada vez mais fundo dentro dos olhos do outro. Logo perceberá que as ondas se cruzaram e um oceano se abriu para você.
Os olhos são portas. Se você olhar profundamente, as ondas desaparecerão e o oceano se revelará. Experimente fazer isso com uma pessoa, depois tente com um animal e só então com as árvores e as rochas.
Se perceber alguma coisa diferente, saiba que você está na superfície. As diferenças estão na superfície, pois a pluralidade pertence à superfície.
Olhe profundamente e não se deixe iludir pela superfície. Há um oceano ao seu redor. Você e seu ego não passam de uma onda. Atrás do ego está oculto o desconhecido.
Osho, em "Uma Farmácia Para a Alma"
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